Após assassinato, criança é sepultada e recebe homenagens em Divinópolis

Marília Mesquita
10/08/2019 às 14:32.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:56
 (Divulgação)

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Diante à comoção de amigos e familiares, o corpo de Amanda Filgueiras Calais foi sepultado na manhã deste sábado (10), em Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas. A criança de 6 anos foi asfixiada pela vizinha na noite de quinta-feira (08) e arremessada do segundo andar de um sobrado. Instituições de educação prestam homenagens e protestam contra a violência infantil. 

A despedida aconteceu no Cemitério Parque da Colina, no bairro Jusa Fonseca, por volta das 8h, depois de ser velado durante toda a madrugada. Mobilizada desde o anúncio do desaparecimento da menina, a professora da turma em que Amanda estudava, Rosa Monteiro, de 58 anos, resume que esse momento é de dor. “Ficamos nos perguntando o porquê”. 

A brutalidade do crime e a frieza com que Sarah Maria de Araújo, de 38 anos, o praticou, impressiona a educadora. “Amanda era alegre, gostava de abraçar todos os coleguinhas e funcionários da escola”. É por isso, que segundo Rosa, as homenagens continuam.
  
Homenagens

Matriculada na 1ª série do ensino fundamental da Escola Estadual São Francisco de Paula, no bairro Icaraí, Amanda é lembrada com carinho por professores, funcionários e estudantes. Em uma homenagem, eles confeccionaram uma camisa com os dizeres “Fica o sorriso de Amanda entre nós. Para que não esqueçamos de viver amando, sempre!" e irão usá-la nos próximos dias. 

Na tarde deste sábado, um banner com uma imagem da menina e a mesma mensagem também foi estendido sobre o portão da instituição. “Essa é a nossa forma de dizer que a Amanda não está fisicamente, mas continua entre a gente”.

A escola decretou luto na tarde de sexta-feira (09) e cancelou as aulas. Vários estudantes pregaram cartazes nos muros da instituição, com frases como “Chega de violência e crueldade!”. Flores também foram colocadas em memória à menina. 

Mobilização

Mensagens também estão sendo transmitidas através das redes sociais. Durante os Jogos Estudantis de Divinópolis (JED), que começaram na última semana e seguem até setembro, os alunos de uma escola particular, no bairro L. P. Pereira, irão utilizar uma fita preta no braço. “Em forma de protesto a essa violência contra nossas crianças”, diz a publicação. 

Já o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Jesus Pereira da Costa, no Jardim Candidés, notificou que “está com o coração em luto”.  

Entenda

A Polícia Militar registrou o desaparecimento de Amanda no fim da tarde de quinta-feira e iniciou uma varredura no bairro Lagoa dos Mandarins, com o apoio de moradores e do Corpo de Bombeiros. Contudo, a menor foi encontrada caída no quintal da casa vizinha à qual residia com a família, após os inquilinos escutarem forte barulho e acionarem a corporação.

A vizinha Sarah Maria, confessou que enforcou a menina com uma corda, a afogou em um balde com água e, mais tarde, a jogou do segundo andar do sobrado em que mora, por vingança. Ela acreditava que a mãe de Amanda teria acionado o Conselho Tutelar, para que perdesse a guarda da filha, de 4 anos.

A mulher está presa no Presídio Floramar e deve responder por homicídio qualificado e fraude processual. Se condenada, a pena pode chegar a 30 anos de prisão. 

  

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