GOVERNADOR VALADARES – Duzentos e trinta e cinco hectares de vegetação foram consumidos pelo incêndio que se alastrou pelo Pico do Ibituruna, em Governador Valadares. O fogo começou na noite de domingo (11) e só foi controlado na manhã desta terça-feira (13). As dificuldades de combate impostas pelos acessos íngremes, vento forte e vegetação seca foram vencidas com o apoio de dois aviões enviados pelo governo de Minas e uma estratégia: o recomeço dos trabalhos às 4 horas para aproveitar o frio da madrugada. Segundo o subcomandante dos bombeiros, capitão Alexsandro Nunes, o combate vinha sendo feito por 65 bombeiros militares, voluntários e pelo menos 20 brigadistas do Instituto Estadual de Florestas (IEF), que disponibilizou um helicóptero com capacidade de 500 litros para jogar água nos locais onde os homens não conseguiam chegar com as bombas costais e abafadores. Com o apoio dos aviões do Força-Tarefa Previncêndio (Sisema), cada um com capacidade de transportar até 1,5 mil litros de água por vez, o fogo foi debelado. A operação rescaldo foi feita nesta terça ao meio dia. Segundo o capitão Nunes, a maior parte da área queimada é pasto e vegetação rasteira, mas aroeiras e outros remanescentes de Mata Atlântica foram atingidos pelo fogo. Na lista de animais mortos estão cobras e tatus. O IEF informou que fará um levantamento para identificar as espécies arbóreas atingidas. As investigações da Polícia Civil prosseguem sem a identificação dos culpados. Três jovens foram vistos fumando sobre uma das rampas de voo livre, local onde o fogo começou. Segundo a gerente do Monumento Natural Pico da Ibituruna (IEF), Adele Meire, esse foi o maior incêndio ocorrido no Pico, neste ano. O Pico da Ibituruna tem 1.123 metros de altitude, é Área de Preservação Permanente (APP) e o principal cartão postal de Valadares. No entorno estão cerca de 220 sítios e chácaras, pousadas e um clube. Ele é tombado como monumento natural estadual e patrimônio histórico e paisagístico de Valadares. Este ano foram registrados 157 incêndios florestais em unidades de conservação estadual em Minas Gerais, contra 559 incêndios em todo o ano passado.