Após roubos de carros, PM quer parceria com o Uber

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
01/02/2017 às 20:03.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:39

A Polícia Militar estuda medidas para reduzir a quantidade de roubos de carros do Uber em bairros de Venda Nova, em BH. A ideia é discutir, em conjunto com os responsáveis pelo aplicativo, ações que diminuam os atrativos para os criminosos, como retirar a opção do pagamento da corrida em dinheiro. Representantes da 14ª Companhia da PM, que faz o policiamento na região, estiveram no escritório do aplicativo na última terça-feira, no Centro da cidade, mas não encontraram os responsáveis pela unidade.

mostrou na edição desta quarta-feira (1), ao menos três carros que prestam serviço de transporte de passageiros pelo aplicativo foram levados por bandidos no último fim de semana. As vítimas foram abordadas por três pessoas na avenida Guarapari, na Pampulha, que solicitaram corridas. Os supostos passageiros mandaram os condutores seguirem até o bairro Rio Branco, em Venda Nova, onde os assaltos foram anunciados.

“A situação é grave e não é um problema apenas de polícia. A facilidade do serviço coloca o infrator dentro do carro do Uber. Intensificamos as abordagens a automóveis na região, mas a nossa atuação vai até certo ponto. É preciso um esforço conjunto, mobilizando todos os envolvidos, inclusive quem gerencia o aplicativo”, frisou o comandante da 14ª Companhia do 49º Batalhão, major Ricardo Almeida.

Em janeiro, o Uber passou a cobrar R$ 0,75 em cada corrida do usuário; a justificativa é “apoiar iniciativas de segurança para parceiros e usuários, além de outros custos operacionais”

A proposta do oficial vem de trabalhos realizados junto à comunidade. Em reuniões, são discutidas melhorias da segurança pública dentro da chamada polícia comunitároa. Procurado, o Uber não informou se irá retornar o contato feito pela PM, mas que está aberto para discutir ações preventivas. 

Aumento

Major Ricardo afirma que em janeiro houve muitos casos de crimes desse tipo em Venda Nova. Os suspeitos agem no fim da noite, na maioria das vezes em trios.

A suspeita é a de que os carros sejam levados para receptadores que atuam nas imediações dos locais onde os assaltos acontecem.

Mudanças

As notícias sobre roubos de carros e assaltos a motoristas se espalham nos grupos criados no WhatsApp por parceiros do Uber.  Felipe*, de 32 anos, não foi alvo de criminosos, mas procura outras alternativas de sustento da família. Desempregado desde maio de 2016, o jovem começou a rodar pela plataforma há seis meses. “Não há mais segurança. Penso em um outro plano de vida”.

Felipe estima que ao menos sete conhecidos foram vítimas de bandidos nos últimos 15 dias, sendo casos em que os carros foram fechados por outros dirigidos por ladrões e os assaltos anunciados por supostos passageiros. Segundo ele, as ocorrências aumentaram após o Uber começar a receber as corridas em dinheiro, em julho do ano passado. 

O motorista reivindica melhorias no cadastro do usuário. “Fazer uma consulta do CPF dele, por exemplo. Se tiver algum problema na Justiça, principalmente criminal, ele não poderá usar o aplicativo”.

Em nota, o Uber informou que está trabalhando para aumentar a segurança dos parceiros. Para isso, a empresa faz reuniões com grupos de motoristas para ouvir sugestões de mudanças e melhorias para a plataforma. 

*Nome fictício a pedido do motorista

 

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