Após seis anos, projeto da nova sede da Justiça do Trabalho é aprovado

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
19/08/2015 às 06:36.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:24
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

Com as portas fechadas há seis anos e, desde então, abandonado à própria sorte, o complexo de prédios que abrigou, durante décadas, a Faculdade de Engenharia da UFMG está prestes a ganhar uma nova história. Cedido pela União ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o local, no Centro da capital, começa a ser transformado até o fim deste ano. O projeto arquitetônico, concluído em 2009, foi aprovado na última semana. A expectativa é a de que o edital para a execução das obras seja publicado no mês que vem.


A nova sede do Fórum de Justiça do Trabalho demorou seis anos para ser aprovada pela prefeitura. A lentidão do processo, segundo a arquiteta Flávia Cobucci Paolucci, tem relação com o tamanho da área construída. “Foi mais demorado por se tratar de uma área com mais de 10 mil metros quadrados e, portanto, por ser considerado um projeto de alto impacto”, explica.


Prédios protegidos


Localizado no Centro antigo de BH – entre as ruas Espírito Santo e Bahia, e rua dos Guaicurus com avenida do Contorno – o imóvel, que inclui dois prédios tombados nas instâncias estadual e municipal, tem cerca de 25.000m² e espaço suficiente para receber até 70 varas do TRT.


Atualmente, em funcionamento na avenida Augusto de Lima, no Barro Preto, região Centro-Sul da capital, a 1ª instância do tribunal será transferida para a nova sede, que sofrerá adaptações para que os prédios sejam interligados por um grande corredor.


Segundo o desembargador José Murilo de Morais, presidente da Comissão de Gestão Predial do TRT, R$ 8 milhões do total previsto para a obra já estão disponíveis para a fase inicial das intervenções. “Mas já temos cerca de R$ 32 milhões previstos para o ano que vem. Nossa expectativa, se tudo correr bem, como esperamos, é que as obras sejam iniciadas até o fim deste ano”, afirma.


Flexibilização


Para assegurar a construção do novo Fórum de Justiça do Trabalho, foi preciso criar uma lei que flexibilizasse o coeficiente de aproveitamento da região. Na prática, a norma, sancionada em maio do ano passado pelo prefeito Marcio Lacerda, aumentou em 4,5 vezes o tamanho das edificações permitidas no local. A lei, que instituiu a Operação Urbana Simplificada do TRT, vale apenas para o empreendimento em questão.


Como contrapartidas, o TRT terá que recuperar os passeios das ruas adjacentes, introduzir bicicletários e oferecer no mínimo 26 vagas para bicicletas no estacionamento do local. Além disso, o órgão terá que executar projeto paisagístico para todas as áreas ajardinadas e permeáveis da nova sede.


Ao todo, o edifício terá 327 vagas de garagem, 80 para motocicletas, duas para carga e descarga e outras duas para embarque e desembarque.


Responsável pelo projeto, a arquiteta Flávia Paolucci acredita que a renovação dos edifícios será de extrema importância para a revitalização do centro da cidade. “É um local totalmente degradado, onde se vê moradores de rua, usuários de droga, sobretudo nas proximidades da rua dos Guaicurus. O TRT vai trazer vida para a região, renovar a cidade”, diz.


A Escola de Engenharia foi transferida em 2010 para o campus Pampulha da universidade; complexo tem 11 prédios
 

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