Após vandalismo, falta água nos bebedouros públicos das praças de Belo Horizonte

Simon Nascimento
scruz@hojeemdia.com.br
10/10/2018 às 06:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:53
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Falta água potável em espaços públicos de Belo Horizonte. Na maioria dos casos, os bebedouros instalados em praças e parques estão desativados ou foram alvo de vandalismo. Moradores que frequentam as áreas verdes para a prática de atividades físicas ou lazer reclamam da situação, principalmente nos últimos dias, que têm sido marcados por temperaturas acima dos 30°C.Maurício Vieira

Praça da Assembleia

A equipe de reportagem do Hoje em Dia percorreu seis pontos das regiões Centro-Sul, Leste e Pampulha. Em cinco locais foram encontrados problemas como torneiras quebradas ou furtadas, além de defeitos no botão de acionamento. Todos os equipamentos são de concreto e têm um filtro interno.

Na praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia, Leste de BH, só um dos três bebedouros funciona. No Parque Eduardo Couri, às margens da Barragem Santa Lúcia, na região Centro-Sul, são dois equipamentos, mas um está depredado. 

Outro exemplo é a Praça da Assembleia, no bairro Santo Agostinho, Centro-Sul, que tem três estruturas, sendo duas vandalizadas. No local, que foi reformado há cerca de três anos, o desperdício é constante. Uma das torneiras está com defeito e a própria pessoa precisa ligar e desligar o registro. “Outro dia fiquei minutos tentando fechar a água. É muito complicado”, diz a aposentada Maria do Rosário Campos, de 67 anos.

A situação se repete na Praça JK, no Sion, também na zona Sul. Lá, algumas pessoas dizem que a água jorra pela estrutura quase o dia todo. “Isso não funciona. Eles tinham que colocar uma torneira ou um sensor de presença”, afirma o aposentado Paulo Veloso, de 66 anos, que pratica atividades físicas no local diariamente.

Há dois anos, os dois bebedouros da Praça Duque de Caxias, no bairro Santa Tereza, teriam sido desativados, segundo relato de moradores. Sem eles, motoristas de um ponto de táxi na rua Mármore – que fica em frente – instalaram uma torneira com água potável, que é utilizada principalmente por estudantes da região. 

“Fizemos isso para os meninos da escola. Sem o bebedouro público, eles acabavam entrando na nossa cabine”, relatou o condutor Urânio da Costa de 64 anos.

O Hoje em Dia esteve em seis áreas verdes de BH e encontrou falhas nos bebedouros em cinco espaços: praças Floriano Peixoto (Santa Efigênia), da Assembleia (Santo Agostinho), JK (Sion) e Duque de Caxias (Santa Tereza), além do Parque Eduardo Couri (Santa Lúcia)

Manutenção

Em nota, a Copasa informou que a gestão dos bebedouros em espaços públicos é da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A companhia executa a interligação ao sistema de abastecimento e fornece a água, quando solicitada.

De acordo com a Fundação Municipal de Parques, responsável pela gestão do Parque Eduardo Couri e da Praça JK, os equipamentos necessitam da troca de peças. Os insumos, conforme a pasta, estão em processo de compra. Sobre os demais espaços, a PBH não se pronunciou até o fechamento desta edição.Maurício Vieira

Na praça Duque de Caxias, iniciativa de taxistas

Patrulha

Segundo a Polícia Militar, a responsabilidade para atuar nesses espaços é da Guarda Municipal. Porém, a PM garante que realiza ações preventivas. “Temos ainda o monitoramento do Olho Vivo. Além disso, a população pode acionar a PM por meio do 190 sempre que presenciar ataques ao patrimônio público”, acrescenta o tenente Washington Amaral. 

Conforme o comandante da Guarda Municipal, Rodrigo Prates, há parques na cidade com agentes fixos e outros com patrulhamento preventivo. Quem é flagrado depredando o local é conduzido a uma delegacia. “A cobertura da guarda se dá não somente na preservação do patrimônio público, mas na manutenção da segurança em geral”.

Além Disso

Hidratação
A situação dos bebedouros reforça o alerta para os cuidados com a saúde dos frequentadores das áreas verdes de BH. Segundo o nefrologista Eduardo Mattar, é importante estar atento à hidratação durante a prática de esportes. “O ideal é levar uma garrafinha com água filtrada e mantê-la abastecida”, diz o médico, que também sugere sucos naturais, sem açúcar.

Temperatura
Pelo menos até a próxima sexta-feira, a tendência é de calor na capital mineira. A temperatura máxima pode chegar a 32°C. “Até o fim de semana não deve ter chuva”, diz Jorge Moreira, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

(*) Com colaboração de Mariana Durães e Raul Mariano

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