Apagão de remédios em centros de saúde de Belo Horizonte

Fernando Zuba - Do Hoje em Dia
22/06/2012 às 08:43.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:01
 (ANDRÉ BRANT)

(ANDRÉ BRANT)

O aposentado Jair Gomes Queiroz, de 72 anos, sofre de hipertensão e diabetes. Só reclama, porém, quando fica sem os remédios capazes de manter as enfermidades sob controle. As fórmulas deveriam ser fornecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Belo Horizonte. “Já fiquei mais de um mês sem os medicamentos. Sem deter o avanço e as sequelas das doenças, outras acabam aparecendo”, lamenta.

Mesmo problema enfrenta Rogério Rodrigues de Carvalho, de 41 anos, esqui-zofrênico. “Sou obrigado a comprar os remédios”.

Os relatos mostram que a situação de quem precisa de medicamentos para manter a qualidade de vida, mas depende do SUS, é, no mínimo, preocupante.

A exigência de documentos que comprovem a doença e a necessidade de uso das substâncias complica o processo. Além da burocracia, é preciso paciência para enfrentar longas filas. Isso, se o remédio estiver disponível.

Nessa quinta-feira (21), por exemplo, parte dos usuários do SUS que foram ao Centro de Saúde do Barreiro, à rua Pinheiro Chagas, no Barreiro de Baixo, voltou para casa de mãos vazias.

Segundo um funcionário que pediu anonimato, faltavam, pelo menos, 20 tipos de medicação para quem sofre de diabetes ou hipertensão, entre outros problemas. O desabastecimento de determinadas fórmulas ultrapassaria 30 dias.

Para piorar, um cartaz informava que a farmácia pública encerraria o funcionamento mais cedo, uma vez que o quadro de profissionais estava incompleto. Na tentativa de contornar a situação, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) se reuniu, nesta quinta-feira, com representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) para discutir a falta de medicamentos nas unidades do SUS na capital. O encontro serviria para avaliar a situação, identificar falhas e traçar estratégias para viabilizar o atendimento.

“É inadmissível que as unidades fiquem desabastecidas. A Secretaria de Saúde deve buscar outros mecanismos para evitar essa situação. Por que não faltam medicamentos nas Farmácias Populares?”, questiona a secretária-geral do conselho, Ângela Eulália dos Santos.

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