Aplicativo localizador de ônibus em BH será testado em dezembro

Danilo Emerich - Hoje em Dia
25/11/2014 às 15:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:10
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

No próximo mês, a BHTrans começará a testar um novo aplicativo de celular capaz de informar, para o belo-horizontino, em quanto tempo o ônibus chegará no ponto. A novidade foi anunciada com exclusividade pelo Hoje em Dia, em 31 de maio deste ano.   Além de encontrar a localização do coletivo e descobrir quanto tempo resta para o veículo chegar, o aplicativo também será bastante últil para pessoas portadoras de deficiência, uma vez que usará recurso de voz e será possível identificar se o carro está equipado com elevadores. Além disso, após o cadastro no sistema, o motorista do ônibus também poderá saber se há um passageiro com necessidades especiais no ponto de embarque e desembarque.   Segundo informou o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, durante a abertura do 12º Seminário Meio Ambiente e Cidadania 2014 – Equações para o caos da mobilidade urbana, realizado em maio deste ano, o aplicativo usará uma tecnologia de georreferenciamento, semelhante à utilizada nos painéis informativos eletrônicos do Sitbus, já presentes em alguns pontos de ônibus de BH.   O anúncio da entrada de teste do sistema foi feito pelo diretor de Transportes Públicos da BHTrans, Daniel Marx Couto, durante uma audiência pública realizada nesta segunda-feira (24), na Câmara Municipal de Belo Horizonte. A reunião tratava sobre os problemas que pessoas com deficiência enfrentam no transporte público   Cegos   Usuários com deficiência física, visual, auditiva e motora reclamaram do serviço prestado pelos ônibus da capital durante a audiência pública desta segunda. Entre os principais problemas elencados estão a falta de funcionários para auxiliar as pessoas com necessidades especiais nas estações de embarque e desembarque, o despreparo de motoristas e agentes de bordo para prestar atendimento humanizado e o mau funcionamento dos elevadores dos ônibus.    A Estação São Gabriel foi classificada por deficientes visuais como “perigosa para cegos”. De acordo com a União Auxiliadora dos Cegos de Minas Gerais, os funcionários da BHTrans, alegando não poderem se ausentar de seus postos de trabalho, não auxiliam os cegos que utilizam a estação.   O metrô de Belo Horizonte foi citado por deficientes visuais como exemplo a ser seguido pela BHTrans no atendimento de suas necessidades. Segundo os deficientes visuais, o metrô oferece funcionários capacitados e em número suficiente para atendê-los.   Pessoas com deficiência que participaram da audiência afirmaram, ainda, que, durante a Copa do Mundo, havia funcionários em número suficiente para auxiliá-los nas estações de ônibus, e cobraram a manutenção desse atendimento durante todo o ano.   Os deficientes também reclamaram que elevadores dos ônibus têm apresentado defeitos, dificultando o uso do transporte público.   Posição   Segundo o diretor de Transportes Públicos da BHTrans, Daniel Marx Couto, 87% dos ônibus da capital têm elevadores para deficientes e 430 dos 3100 veículos do sistema de transporte coletivo da capital oferecem embarque em nível. O diretor de Transportes Públicos da BHTrans informou também que as empresas são instruídas a testar os elevadores diariamente antes de os ônibus começarem a circular e, caso seja observado algum problema no funcionamento do elevador enquanto o veículo estiver em circulação, o ônibus deve ser imediatamente substituído.   Daniel Couto também afirmou que entre 60 e 90 dias, funcionários das estações de ônibus estarão capacitados a auxiliar os usuários com deficiência visual. De acordo com ele, o atendimento aos usuários cegos constará da lista de atribuições de funcionários designados para este serviço.   A BHTrans também instou os usuários a registrarem suas reclamações por meio do telefone 156. De acordo com a empresa, a fiscalização do sistema é programada de acordo com o banco de dados gerado a partir dos problemas denunciados pelos usuários. A BHTrans também informou que nos meses de agosto e setembro deste ano, elevadores de 600 veículos passaram por fiscalização.   O requerente da audiência pública, vereador Leonardo Matos (PV), salientou a importância dessas reuniões por permitirem que a Prefeitura saiba o que os usuários com deficiência esperam do sistema de transporte público coletivo, de modo a pautar suas ações a partir das informações compartilhadas por este segmento. Ele afirmou, ainda, que a Câmara tem, permanentemente, dialogado com as pessoas com deficiência, e citou os requerimentos de sua autoria que têm possibilitado debater temas relativos à inclusão, não apenas no que diz respeito ao acesso ao transporte coletivo, mas, também, à educação e à saúde.

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