Ar-condicionado quebrado aflige pacientes do HPS

Letícia Alves - Hoje em Dia
26/09/2015 às 08:00.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:51

Diante das altas temperaturas registradas em Belo Horizonte – Nessa sexta (25) foi o recorde do ano (36,9°C) –, pacientes em estado grave sofrem em dobro em dois importantes hospitais da cidade. A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Pronto-Socorro João XXIII (HPS) está com o ar-condicionado desligado há quatro dias.

O mesmo problema afeta o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Alberto Cavalcanti, no bairro Padre Eustáquio (região Noroeste), mas em um período ainda mais considerável, desde julho.

No HPS, funcionários informaram que a temperatura na UTI chegou a 35°C na quinta-feira. Segundo o diretor da Associação Sindical dos trabalhadores da Fhemig (Asthemg), Carlos Augusto Passos, o problema pode interferir no tratamento dos pacientes. “Aumenta a temperatura de quem está acamado. Enfermeiros estão utilizando compressas frias para amenizar. Isso não é indicado porque o paciente fica úmido e acaba desenvolvendo feridas. Além disso, é desconfortável e eles ficam inquietos”, disse.

ADULTOS

No João XXIII, um funcionário informou que o problema começou no ar-condicionado da ala para adultos. Para reparar o equipamento, foi necessário desligar outros dois, e as altas temperaturas passaram a afetar também a UTI infantil. De acordo com funcionários do Alberto Cavalcanti, o calor prejudica quem está internado no CTI há dois meses.

A causa do transtorno nos hospitais é a falta de manutenção, denuncia a Asthemg. Ainda conforme a associação, o HPS apresenta várias outras falhas, como vazamentos e entupimentos de encanamento em banheiros. “A água que vasa de torneiras e chuveiros gera pequenos alagamentos nos corredores, que são secos até com o uso de cobertor”, afirma Augusto Passos.

Respostas

A assessoria de imprensa da Fhemig informou, em nota, que os reparos nos equipamentos de ar-condicionado do HPS estão sendo feitos. A previsão é a de que o conserto seja concluído até as 16 horas deste sábado (26).

Quanto aos vazamentos, a Fhemig garante que as falhas já foram resolvidos. O entupimento nos banheiros, segundo a assessoria, é causado pelo excesso de papel jogado nos vasos e precisa ser resolvido constantemente.

Sobre a situação do Hospital Alberto Cavalcanti, continua o órgão, o conserto está sendo providenciado. A assessoria de imprensa destaca, ainda, que todos os hospitais integrantes da rede da fundação têm um setor próprio de manutenção.

A assessoria de imprensa não soube informar o número de pacientes afetados pelos transtornos nos dois hospitais.

Associação denuncia sobrecarga de trabalho

Os hospitais da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) também estão com equipe de enfermeiros defasada, informa a Associação Sindical dos trabalhadores da Fhemig (Asthemg). A questão tem gerado problemas de saúde entre funcionários por causa da sobrecarga de trabalho, segundo o diretor da associação, Carlos Augusto Passos.

O déficit de profissionais, na avaliação de Passos, é de mais 50% do efetivo atual. “Dizem que estão estudando a questão da falta e a forma de reposição. Essa discussão vem desde o início do ano e não tem uma solução”, afirma.

A Fhemig informou que está com processo seletivo aberto para a contratação de técnicos de enfermagem e enfermeiros para BH e outras cidades. As inscrições podem ser feitas até o 4 de outubro no site fhemig.mg.gov.br. A fundação não informou o número de vagas.

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