(Flávio Tavares)
Quinas arredondadas, linhas circulares, formas geométricas pontiagudas e vitrais. Com dezenas de representantes espalhados por suas ruas, Belo Horizonte é uma das cidades brasileiras com a maior presença de edifícios no estilo art déco.
De caráter decorativo, o movimento, posterior à art noveau, surgiu em Paris, na França, em 1925, durante a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, segundo o arquiteto Leonardo Castriota, professor da Faculdade de Arquitetura da UFMG, em substituição à ornamentação clássica da época.
“É um estilo no qual predomina o cheio sobre o vazado e a composição de volumes sobre os espaços fluidos, muito característicos do modernismo”, explica Castriota.
Na capital mineira, são exemplos clássicos da arquitetura art déco o Cine Brasil, projetado em 1930, inaugurado em julho de 1932 e reinaugurado em outubro de 2013, a sede da prefeitura, na avenida Afonso Pena, o prédio do Minas Tênis Clube, na rua da Bahia, no bairro de Lourdes, e o edifício Chagas Dória, no bairro Floresta.
Para a historiadora Carla Miller Brant Moraes, a forte presença do estilo em Belo Horizonte pode ser explicada pela forma como se firmou ao longos dos anos, em um cenário histórico de renovação. “O objetivo era romper com as ideias antigas e trazer outras, mais modernas, inovadoras. Talvez por isso tenha sido escolhido por diversos arquitetos que deixaram sua marca na capital mineira”, diz.