Artesanato em barro do Jequitinhonha é reconhecido como patrimônio imaterial

Anderson Rocha
20/12/2018 às 20:09.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:41
 (Divulgação/ Iepha/ Izabel Chumbinho)

(Divulgação/ Iepha/ Izabel Chumbinho)

O Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep) aprovou, por unanimidade, o reconhecimento do artesanato em barro do Vale do Jequitinhonha como patrimônio cultural de natureza imaterial de Minas Gerais.

De acordo com o Conep, por cerca de um ano foi feita pesquisa cuja metodologia incluiu o mapeamento, por meio de uma plataforma on-line disponível no site do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), de 122 cadastros de artesãs e artesãos, de 21 municípios do Jequitinhonha. 

Além disso, foram realizadas pesquisas de campo nas principais comunidades produtoras, com registro fotográfico e audiovisual, que, por sua vez, segundo o conselho, contribuiu para a elaboração do dossiê de registro intitulado "Artesanato em Barro do Vale do Jequitinhonha: saberes, ofício e expressões artísticas em Minas Gerais".

"Este trabalho foi bastante desafiador. Para viabilizar esse reconhecimento, primeiro tivemos que fazer uma composição de  várias mãos. E o segundo desafio foi, em tão pouco tempo, ter que dar conta de tanto conteúdo e saberes, que não se esgotam nesse período de estudo", afirmou a presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo. 

"Encerramos aqui uma etapa, que é importante, de reconhecimento, mas a principal conclusão a que chegamos é que o conhecimento deste saber é algo contínuo. A própria ação de salvaguarda vai pressupor a continuidade deste estudo e a discussão de medidas tanto físicas quanto imateriais em relação à proteção do modo de fazer deste fazer cultural", disse Arroyo.

Barro no Vale

Segundo o Iepha-MG, a produção de cerâmica está espalhada por todo o Vale, sendo que os principais polos produtores são os municípios de Turmalina, Minas Novas, Araçuaí, Itinga, Itaobim, Caraí e Ponto dos Volantes.

O modo de fazer e as expressões artísticas do artesanato do Vale do Jequitinhonha são predominantemente das mulheres, cujos conhecimentos e técnicas de produção cerâmica são transmitidos de geração em geração.  

Um dos elementos do artesanato do Vale do Jequitinhonha é a existência de várias tonalidades de barro. Esse conjunto de cores está disponível na natureza, mas sua aplicação nas obras é fruto de contínuo aprimoramento e experimentação das artesãs e artesãos, que ao longo do tempo buscaram a criação de distintos pigmentos. 

Outros bens

Agora, o artesanato em barro do Vale do Jequitinhonha: saberes, ofício e expressões artísticas é o sétimo bem cultural de natureza imaterial junto com o Modo Artesanal de Fazer o Queijo da Região do Serro (2002), à Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte (2013), à Comunidade dos Arturos (2014), às Folias de Minas (2017), às Violas e ao quilombo Manzo Ngunzo Kaiango (2018).

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