Até 95% dos crimes violentos no Brasil têm ligação com o narcotráfico, diz general da reserva

Flávia Ivo (*)
19/12/2018 às 09:11.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:38
 (Flávia Ivo)

(Flávia Ivo)

BRASÍLIA - O narcotráfico está diretamente relacionado com os crimes urbanos, em um círculo que se retroalimenta. Entre 80% e 95% dos crimes violentos têm ligação com as drogas. A afirmação é do general da reserva Alberto Cardoso, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo FHC.

Dentre os crimes, sequestros relâmpagos, saidinhas e assaltos a bancos e caixas eletrônicos, roubos de celulares e extorsão, etc. Tudo isso criando o sentimento de insegurança na população.

O militar, que afirma ser a favor da legalização das drogas, destaca que são movimentados R$ 17 bilhões ilegalmente por ano no Brasil. Para ele, esse é um dos motivos pelos quais o problema segue crescente no país.

“A lucratividade depende da ilegalidade, é uma captação de recursos para os crimes violentos. Pode-se legalizar desde que o Estado Brasileiro, as famílias, as instituições religiosas e os trabalhadores deem condições para a juventude brasileira se capacitar para discernir os malefícios das drogas", afirmou Cardoso em palestra de abertura da 14ª edição do Enecob (Encontro Nacional de Editores, Colunistas, Repórteres e Blogueiros), em Brasília, na noite dessa terça-feira (18).

Solução

Segundo o general, se desde a primeira infância a pessoa for bem cuidada, amada e tiver relacionamentos sociais, terá, aos 15, 16 anos, a possibilidade de amadurecimento para entender sobre as drogas quando tiver contato com as mesmas.

"Falta mentalidade de Estado Brasileiro, havendo um desinteresse de seguidos governos que trazem variações dentro das políticas de prevenção. Há uma tendência de repressão sobre as ações de prevenção. Inclusive, em dotação orçamentária", coloca o militar.

Enecob

Nesta quarta-feira (19), o Enecob recebe personalidades dentro de uma discussão sobre "Promoção da saúde - Os desafios de atendimento aos brasileiros". Além do ministro da Saúde, Gilberto Occhi, representantes do ministério e do Hospital Sírio-Libanês apresentarão este cenário sobre a saúde no país.

(*) Viajou a convite do Enecob

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