Aumento de 100%: corrida na reta final aquece o comércio nas lojas

Geórgea Choucair - Especial para o Hoje em Dia
26/01/2014 às 15:37.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:35
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

As próximas duas semanas costumam representar o Natal das papelarias e livrarias. Na véspera da volta às aulas, o movimento nas lojas costuma crescer de 50% a 100% em relação a um período normal. Muitas mães se reúnem em grupos para comprar a lista mais barata. A opção pelos livros usados é outra alternativa na tentativa de economizar. 

“Algumas famílias estão adiantando as compras. De qualquer forma, as próximas semanas têm o maior movimento”, afirma Geraldo Melo, gerente de marketing da Port Papelaria, com cinco unidades na capital. O período de volta às aulas na indústria, explica ele, costuma acontecer nos meses de julho e agosto. “Quem compra antes consegue o kit completo dos personagens mais cobiçados”, diz. Melo destaca ainda que o consumidor de última hora enfrenta as lojas mais cheias.

A Livraria e Papelaria Conhecer tem três unidades na capital e espera dobrar as vendas nas próximas semanas. “A maioria dos brasileiros deixa as compras para a última hora”, observa Marcos José de Sousa, gerente da Conhecer. Os livros usados são um dos atrativos da livraria, que vende as unidades pela metade do preço do novo. “E compramos os usados por um terço do valor”, diz Sousa. Marcus Teles, da Leitura, lembra que na hora de comprar o usado é importante observar se a edição é atual. 

Internet aliada

A internet ajuda na compra de usados. A Rede Brasil de Livros (RBL), na Floresta, trabalha com troca desses livros. O site da empresa opera com o sistema de pontuação. Cada livro colocado à disposição para a venda ganha dez pontos. A compra gera a mesma pontuação. “E a pessoa paga R$ 21 por livro adquirido”, explica Helberth Diniz, dono da RBL. “As vendas de livros usados vem crescendo a cada ano, com salto de 200% de 2012 para 2013”, diz ele. Neste ano, a expectativa da RBL é de trocar 2 mil livros usados. 

O livro virtual é uma das novidades das papelarias neste ano. “Já estamos vendendo o livro físico com a senha para o virtual”, afirma Leonardo Meyer, dono da papelaria Bikas, no São Pedro. Na papelaria, o gasto médio com a lista dos alunos varia de R$ 500 a R$ 600 (incluindo os uniformes). 

A funcionária pública Rosane Carvalho estima gastar cerca de R$ 2 mil com a lista de material das três filhas: Maria Eduarda, de 6, Larissa, de 17 e Lorena, de 19. Ela deixou as compras para a última hora, mas se arrependeu. “No ano que vem vou ver se compro com mais antecedência, pois as lojas ficam muito cheias”, diz.

Todas as três filhas estudam em escola particular. “Tenho ligado para comparar os preços nas livrarias. Mas é difícil conseguir uma lista toda mais barata em um lugar só”, diz. A compra de usados foi a alternativa encontrada para tentar economizar. “Consigo preços até 40% menores com os usados”, observa Rosane. 

O consumidor de material escolar, segundo Ana Lícia Alves Pires, supervisora da Port Papelaria, deve pesquisar preço, qualidade e condições de pagamento antes de fechar qualquer negócio. “È possível economizar na volta às aulas com atitudes simples, aproveitando promoções e priorizando a compra de produtos de qualidade, que vão durar mais tempo, ao invés de marcas desconhecidas com preços atrativos, que a curto prazo vão precisar ser substituídas”, afirma. A Port trabalha com kits escolares e vale-compras personalizados para pequenas, médias e grandes empresas. O serviço é voltado para funcionários das empresas e seus filhos. 

Grupo de mães consegue descontos

A arquiteta Valéria Guimarães foi nesta semana comprar material escolar com a filha Joana Guimarães, de 10, e a afilhada Júlia Mineiro, de 16. “Sempre faço isso em dezembro, que costuma ser mais barato. Mas desta vez não tive tempo”, afirma Valéria. Cada estudante deve gastar, em média, R$ 1,3 mil a R$ 1,4 mil com a lista. É mais do que o valor desembolsado no ano passado, quando gastava-se R$ 1,1mil. 

“Compro todos os livros de uma única vez. No final, barganho desconto”, diz Valéria. Ela e um grupo de 20 mães se uniram para comprar livros em única livraria, pois assim conseguiram preços melhores. “Ganhamos 15% de desconto à vista e 10% nos pagamentos de três parcelas”, diz. 

A funcionária pública Cláudia Campos Lopes Lara tem dois filhos em idade escolar: Luísa, de 13 e Rafael, de 10. Para economizar nas compras, Cláudia também se reuniu com grupo de mães e conseguiu desconto de 15% nos livros. O gasto com a lista, no entanto, ainda é alto. Ela estima gastar cerca de R$ 1 mil de material com cada filho. “Estou tentando comprar alguns livros usados para economizar”, diz. Cláudia fez as compras de quase toda a lista antes do Natal. “As lojas ficam muito cheias por agora”, observa.

Preço de material varia mais de 500%

Antes de fechar a compra do material escolar, é bom pesquisar os preços. A variação dos valores cobrados entre os estabelecimentos de Belo Horizonte chega a 582,76%, segundo levantamento do site Mercado Mineiro, que pesquisa o varejo na capital.

É o caso, por exemplo, do apontador com reservatório genérico, que sai por R$ 0,29 na Leitura do Paragem e R$ 1,98 no Magazine Diniz. “Acredito que nos próximos dias vai ter corrida para as compras de última hora”, afirma Feliciano Lopes de Abreu, diretor-executivo do site. 

 

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