Avaliação psiquiátrica de jovem que matou e esquartejou a mãe deve ser feita no fim do inquérito

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
27/07/2020 às 18:38.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:08
 (Google Street View/Divulgação)

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A avaliação psiquiátrica do jovem de 30 anos que teria matado e esquartejado a própria mãe e colocado partes do corpo dela dentro de uma mala deve ser uma das últimas etapas do inquérito que investiga o crime bárbaro. A informação foi divulgada pelo psiquiatra forense da Polícia Civil de Minas Gerais Daniel Moreira de Carvalho, em coletiva realizada nesta segunda-feira (27).

Segundo o especialista, a avaliação psiquiátrica do investigado costuma ser feita depois que todos os indícios e as provas são reunidos no inquérito. Além disso, dados referentes a avaliações médicas feitas anteriormente também são importantes para a realização da análise. Por sinal, o suspeito teria ido a uma consulta com psiquiatra pouco tempo após o crime, que teria sido cometido na quinta-feira (23).

“Embora haja indícios de que o suspeito poderia ser acometido por uma doença mental, a conclusão a respeito de se ele tinha transtorno e se compreendia nexo de causalidade, só poderá vir após avaliação psiquiátrica pericial, para que se torne prova técnica pericial”, afirmou Daniel, completando que ainda não teve contato com o suspeito.

Até o momento, o investigado não foi ouvido pela Polícia Civil. No sábado, quando foi preso, em uma igreja, o suspeito teria apresentado apenas frases desconexas. “O tempo entre uma ocorrência e a perícia varia de acordo com a investigação, mas normalmente o ideal é ouvir o suspeito o mais breve possível”, disse o psiquiatra forense.

O caso

Na sexta-feira (24), uma mala foi encontrada às margens de uma estrada no bairro Canaã, em Santa Luzia. Dentro do objeto havia vários pedaços de um corpo humano. Como junto aos pedaços havia um papel de Educação de Jovens e Adultos (EJA) com um nome, foi possível fazer a identificação da vítima de maneira rápida – a confirmação aconteceu graças a impressões digitais. A cabeça da vítima só foi localizada no domingo (26), no bairro Asteca.

De acordo com o perito criminal João Bosco Silvino, entre os segmentos corpóreos havia um pedaço de camisola e uma capa de colchão (o que deu indicação sobre o que a vítima estaria vestindo na hora do crime e onde o corpo poderia ter sido esquartejado). Posteriormente, essa capa foi comparada ao colchão da casa da vítima e a teoria foi confirmada.

O filho da vítima, que possui histórico de transtorno psiquiátrico e uso de drogas, foi preso no sábado dentro de uma igreja no bairro Londrina, também em Santa Luzia. Ele já havia sido preso anteriormente por uso de documento falso e também por estupro de vulnerável, de acordo com a Polícia Civil. O homem atualmente está detido no Ceresp Gameleira. 

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