Início de ano é uma verdadeira novidade para uma porção de crianças que deixarão de passar o dia sob os cuidados da família para frequentar a sala de aula. Mas a transição, que proporciona uma infinidade de mudanças na rotina de bebês e crianças, requer atenção, sobretudo dos pais. Avaliar as condições de higiene e segurança do local para onde irão os pequenos, a linha pedagógica da instituição e a estrutura recreativa do espaço são só alguns pontos do check-list anterior à escolha e, portanto, à matrícula.
Ficar atento às exigências do Ministério da Educação (MEC) também é fundamental. O órgão estabelece, dentre outras coisas, que cada professor seja responsável por no máximo oito crianças de até 2 anos; 15, de 2 a 3 anos, e 20 alunos de 4 e 5 anos. A norma é para garantir os cuidados necessários a cada novo aprendiz que chega ao ensino infantil.
“Conhecer o projeto pedagógico também é extremamente importante, pois ele será o instrumento que, junto com os pais, educará as crianças para a vida. A metodologia de formação dos professores e a orientação que eles recebem, por meio de projetos e cursos, também deve ser levada em conta”, completa a psicopedagoga Ana Regina Caminha Braga, especialista em gestão escolar.
Visita prévia
Em Belo Horizonte, pais que têm interesse em matricular os filhos no Colégio Batista Mineiro, com unidades nos bairros Floresta (Leste) e Buritis (Oeste), são convidados a fazer um tour pela instituição. A visita, conforme a coordenadora pedagógica do Batista Baby (espaço exclusivo para crianças de 4 meses a 2 anos), Vanúsia Macedo Vieira, permite explorar as dependências e conhecer a estrutura oferecida bem de perto.
“É durante a visita que tudo é visto com clareza, incluindo a comunicação dos pais com a coordenação. Por aqui, prezamos a transparência em todos os momentos, inclusive as paredes são de vidro, possibilitando que as crianças sejam observadas o tempo todo”, ressalta.
Proximidade de casa e oferta da alimentação durante a permanência da criança na escola são pontos que devem ser considerados, pois interferem na logística e rotina dos pais.
Na Escola da Serra, no bairro Serra, região Centro-Sul de BH, por exemplo, é possível encomendar os lanches diretamente na cantina da escola ou mandar a merenda preparada em casa.
A supervisora pedagógica da escola, Luciana Borges, também recomenda atenção às áreas comuns, de convivência, que devem ser confortáveis e amplas. “Temos um pátio grande, que permite a todos expandirem seus movimentos e salas que podem ser adaptadas para as rotinas e necessidades das crianças”, comenta.
Normas
Além de determinar como obrigatória a matrícula na escola de crianças a partir de 4 anos, que tenham nascido até 31 de março, o MEC recomenda que os professores do ensino infantil tenham formação em pedagogia. A lei permite, porém, a atuação de profissionais que tenham somente nível médio.
Dicas
Durante a visita, pergunte:
– Qual é a linha pedagógica da escola (construtivista, montessoriana, Waldorf, tradicional etc)?
– Que tipos de atividades são desenvolvidas pela criança dentro e fora da sala de aula (aulas de artes, teatro, cinema etc)?
– O espaço físico é compatível com a proposta da instituição (existem áreas específicas para as atividades propostas, como uma sala de TV no caso de cinema)?
– Qual é a formação dos professores? Eles têm curso superior ou somente nível médio (de acordo com o MEC, a formação deve ser no mínimo de nível médio)?
– Quem acompanha as crianças (além dos professores, existem auxiliares/estagiários)?
– Como a comunicação entre a família e a escola é feita (é fácil encontrar a diretora e contactar a professora)?
– Como é feita a adaptação do aluno (os pais podem ficar com a criança durante a primeira semana)?