(Alexandre Simões)
Festa popular, caráter social. Assim ressurgiu o Carnaval de rua de Belo Horizonte, que neste ano de 2020 deve reunir cinco milhões de pessoas considerando-se todos o desfiles.
Dentro desse lado social, uma marca é o respeito às mulheres, pois o "Não é não" toma as ruas da capital há alguns anos. Neste rastro vem o feminismo, também presente na festa e uma bandeira do Volta Belchior.
"O Carnaval de Belo Horizonte tem um papel importante no processo de conscientização das pessoas. A gente está em processo e o Carnaval ajuda muito" afirma a advogada Raquel Pereira Faria, presente no Volta Belchior antes mesmo de a banda e a bateria entrarem em ação.
"Gosto do Volta Belchior porque é um bloco que já nasceu com essa preocupação de combate à intolerância, defendendo as diferenças e nós mulheres", afirma Raquel.
Ao seu lado, a também advogada Flávia Almeida reforça o discurso da amiga. "Desde que o movimento começou, o intuito era chamar o povo para a rua, para curtir a festa, mas também para receber mensagens. E o respeito às mulheres é uma delas".
A banda toca, a bateria Alucinação explode na avenida dos Andradas e de repente a música para. Do alto do trio o aviso: "Mulheres, durante o desfile, qualquer assédio é só levantar a mão que a música interrompe para a situação ser resolvida".
E assim seguiram Raquel, Flávia e milhares de moças e senhoras, que mesmo do lado de fora da corda do Volta Belchior carregavam a certeza de cada vez mais, no Carnaval de Belo Horizonte, "NÃO É NÃO".
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