Uma mulher, de 31 anos, que teria supostamente agredido uma criança, provocando a "síndrome do bebê sacudido", prestará um novo depoimento na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), em Belo Horizonte, na tarde desta quinta-feira (5). O caso aconteceu no dia 15 de junho e as investigações ainda estão em andamento.
Segundo informações da Polícia Civil, a babá será ouvida às 15 horas. Ela é a principal suspeita pelos problemas de saúde que levaram a menina de cerca de três meses a ser internada em coma, há aproximadamente 20 dias, no Hospital Mater Dei, na capital mineira.
O delegado Geraldo Toledo, responsável pelo caso, afirma que o inquérito deve ser finalizado ainda nesta quinta. "As investigações já estão no final e, se não houver nenhuma novidade, devemos ter um resultado até o fim do dia", explica.
A convocação da babá para depor foi feita depois que o inquérito apontou incoerência nas informações do primeiro depoimento. "Houve contradições na fala dela e, por isso, quero escutá-la novamente para confrontar alguns dados", disse o delegado, sem acrescentar detalhes da investigação.
Caso a babá não compareça para depor ou entre novamente em contradição, o delegado pedirá a prisão preventiva da suspeita. Da primeira vez, ela teria dito que o bebê sofreu uma crise convulsiva.
A criança permanece internada no Hospital Mater Dei, depois de ter sofrido lesões neurológicas. Por causa dos traumas, o bebê pode ter sequelas no futuro, ficando cego e com paralisia cerebral.
O caso
No dia em que o bebê foi internado, a babá teria ligado para a mãe da criança dizendo que a menina estaria tendo uma convulsão. Levada para o Hospital Mater Dei, exames apontaram que a criança havia sofrido lesões no cérebro. “A menina teve deslocamento da retina, sangramento no cérebro e a ruptura de vasos nos dois olhos. Essas lesões podem ocasionar a paralisia e a cegueira”, pontua o delegado.
Segundo Toledo, os médicos não apontaram se ela teria sofrido uma queda ou recebido uma pancada. Em recém-nascidos, o cérebro está em formação e, quando são sacudidos, acaba batendo nas laterais do crânio. A pedido dos pais da criança, o hospital não informou sobre o estado de saúde do bebê.
*Com Rosildo Mendes