Backer volta a ser alvo da Justiça após Ministério da Agricultura apontar novas irregularidades

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
04/08/2020 às 09:08.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:12
 (Andre Lanna/MPMG/Divulgação)

(Andre Lanna/MPMG/Divulgação)

A cervejaria mineira Backer, que em junho teve 11 funcionários e gestores indiciados pela intoxicação de bebidas da marca, voltou a ser alvo de operação da Justiça. Na manhã desta terça-feira (4), agentes da 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do Ministério Público e da Polícia Civil foram até a sede da empresa, no bairro Olhos D'água, região Oeste de BH, para cumprir mandado de busca e apreensão.

De acordo com o MP, a ação foi determinada depois que um relatório do Ministério da Agricultura (Mapa) apontou novas irregularidades no processo de fabricação das cervejas. Por isso, conforme o órgão, "houve então a necessidade de requerer ao Poder Judiciário a medida cautelar de busca e apreensão e o acautelamento de documentos para análise".

A ordem foi expedida pelo juiz da Vara de Inquéritos Policiais de BH, atendendo ao pedido da promotora de Justiça de Defesa do Consumidor da Área Criminal. No local, os policiais e promotores recolheram documentos "visando trazer elementos ao Inquérito Policial e embasar a manifestação do MPMG".

"Neste momento nós estamos coletando documentos que podem ser utilizados para exame de eventual prática delituosa, que pode ser inclusive adicionado um novo indício de um novo crime", declarou a promotora Vanessa Fusco.

Desde o início do ano, a Backer é investigada no processo de contaminação por monoetilenoglicol e dietilenoglicol em cervejas da empresa. A intoxicação, conforme a Polícia Civil, afetou pelo menos 29 pessoas, sendo que dez morreram. Há ainda outras 30 intoxicações suspeitas em análise.

Procurada pela reportagem, a cervejaria ainda não se manifestou sobre a ação realizada nesta terça-feira.

Inquérito

A investigação da Polícia Civil sobre o caso resultou no indiciamento de 11 envolvidos. O inquérito foi divulgado em 9 de junho e apontou que o vazamento aconteceu dentro da empresa mineira. Por isso, os delegados responsáveis pelas investigações responsabilizaram funcionários da cervejaria pelos crimes de homicídio culposo - quando não há a intenção de matar -,lesão corporal culposa, intoxicação dolosa, omissão e falso testemunho. 

Um dia após o indiciamento, a Backer contestou parcialmente o resultado da investigação. De acordo com a empresa, a culpa criminal deveria ter sido expandida aos fornecedores da cervejaria.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por