Baixa procura frustra donos de hotéis em BH

Germana Delage - Hoje em Dia
21/02/2015 às 08:01.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:05

Se para o público em geral o Carnaval de Belo Horizonte se consolidou como um sucesso, para os hotéis da cidade ele foi frustrante. A taxa real de ocupação dos estabelecimentos foi de 39%, uma queda significativa em relação ao feriado prolongado do ano passado, que foi de 57%. No sábado anterior à festa, o Hoje em Dia mostrou que as reservas atingiam somente 42% das vagas. Além disso, a diária média em 2014 era de R$ 232 e agora é de R$192. Ou seja, os preços melhores e o aumento no número de foliões, não foram suficientes para atrair os turistas.   De acordo com a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (ABHI/MG), Patrícia Coutinho, a principal causa da baixa foi o aumento de unidades. “A cidade contou mais hotéis a partir do ano passado, e por isso a oferta do número de leitos aumentou consideravelmente”.   Para ela, é preciso fortalecer ainda mais as parcerias com foco no turismo de negócios e eventos, unindo a categoria, fidelizando parceiros, criando mais benefícios aos associados e consolidando ainda mais a imagem de Minas Gerais como destino turístico nacional. “Precisamos parar com o pensamento de cidade do interior, pensando o turismo de forma profissional, como um produto. E preencher o calendário de BH com eventos programados para o ano todo”.   Uma das redes que sentiu a baixa na ocupação foi a Vert, que conta com três hotéis na cidade. Com uma expectativa de 50%, a rede teve apenas 25% de ocupação durante o Carnaval, de acordo com a gerente regional de venda da rede, Tatiane Barbosa.   “Nós detectamos que os hotéis com localizações próximas aos desfiles de blocos, como a região da Savassi, por exemplo, apresentaram maior ocupação. Porém, faltou divulgação de forma correta por parte do governo, e esperamos poder contar com maior apoio no próximo ano, pois a cidade tem potencial para um grande Carnaval”, relatou.   Hospedagem ‘em família’ pesou no déficit   Para a professora do curso de turismo da UFMG, Ana Paula Guimarães, a mais provável possibilidade para a baixa ocupação nos hotéis da cidade é a hospedagem de visitantes em moradias de parentes e amigos. “Existem pesquisas comprovando que o mineiro sempre recebe em casa, além do perfil do público de Carnaval, que, por se tratar de uma grande festa, quer manter o contato com outras pessoas e se hospeda em albergues”, analisa.   Ana Paula ainda destaca que muitos foliões moram nas proximidades da capital. “Vejo, ainda, um movimento ‘pendular’, de vai e volta, com moradores da região metropolitana, que vieram curtir as festas e retornaram para suas cidades no mesmo dia”, conclui.   Uma pesquisa com o objetivo de traçar o perfil do público participante do carnaval está sendo realizada por meio de parceria da Secretaria de Estado de Turismo e Esportes de Minas com a Belotur. Segundo a assessoria de imprensa do órgão municipal, entre os dias 14 e 17 de fevereiro questionários foram aplicados aos foliões da capital. e, Neste momento, ainda de acordo com a pasta, a fase é de análise para que se consiga chegar ao resultado. Ainda não há previsão de quando será divulgado o estudo.

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