A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o suicídio de um jovem de 19 anos em Pará de Minas, na região Central do Estado, e descartou ligação com o Baleia Azul. Familiares do rapaz haviam dito que rapaz estaria participado do jogo mortal e que teria sido coagido a tirar a própria vida.
Contudo, as investigações não encontraram indícios de que alguma pessoa teria influenciado o autoextermínio ou prova de que o jovem tenha feito parte do Baleia Azul. O caso aconteceu em meados de abril, quando houve uma onda de ocorrências supostamente relacionadas com o game.
No caso de Pará de Minas, a polícia enviou o inquérito à Justiça sem indiciamento e pedindo o arquivamento. Outros três inquéritos - um suicídio, uma tentativa e uma lesão corporal - já foram concluídos e a figura do suposto curador, que ordenaria a morte por meio de grupos fechados nas redes sociais, foram descartados.
Um tentativa de suicídio de um adolescente de 15 anos, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, continua sendo apurada. A Polícia investiga se o menor participava do Baleia Azul.
Prisão
Apesar dos relatos de que não houveram vítimas em Minas, o Estado foi alvo de uma megaoperação que identificou ao menos 10 'curadores' - figura que induz pessoas ao autoextermínio - do jogo mortal Baleia Azul em todo o Brasil. Um rapaz de 23 anos, que teria confessado que ordenava crianças e adolescentes a se matar, foi preso na favela Nova Era, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.
A ação, batizada de Aquarius, foi deflagrada pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil do Rio de Janeiro e ocorreu em Minas Gerais e em outros oito estados. Nos 20 municípios alvos dos agentes de segurança, foram apreendidos celulares e computadores. O material em Minas não foi detalhado.
Em terras mineiras não há registro de mortes relacionados ao jogo. Porém, ao menos um óbito foi confirmado em Vila Rica, cidade a 1.276 quilômetros de Cuiabá (MT). Lá, uma adolescente de 16 anos tirou a própria vida incentivada por um "curador". O responsável já foi identificado e está sendo procurado.
Baleia Azul
O jogo mortal ganhou popularidade em 2017 e chamou a atenção no mundo todo. Disputado pelas redes sociais, propõe desafios macabros aos adolescentes, como bater fotos assistindo a filmes de terror, automutilar-se, e, na etapa final, cometer suicídio. Um grupo oriundo da Rússia está sendo investigado devido à suspeita de que, com o jogo, já teria induzido mais de 130 jovens, predominantemente na Europa, a cometer suicídio desde 2015.
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