Em tempos de falta d’água, não há que se medir esforços quando o assunto é economizar. Em Belo Horizonte, bares e restaurantes têm lançado mão de ideias inteligentes, que ajudam a poupar, driblar o risco do desabastecimento e, de quebra, ainda reduzem o preço da conta.

Na região hospitalar, os proprietários do restaurante Too Much criaram um sistema bem simples para reutilizar a água usada na higienização de frutas, legumes e verduras. O custo da engenhoca não passou de R$ 300, mas a economia, no fim do mês, foi de pelo menos o dobro do valor.

A medida não toma tempo nem paciência dos funcionários. “São três tambores, de 200 litros cada, equipados com torneiras e que armazenam a água antes jogada fora. Com isso, conseguimos lavar toda a área interna do restaurante e as calçadas no entorno”, explica a proprietária Maria Clareth Assunção.

Na ponta do lápis, o sistema, em funcionamento há três meses, também vem surtindo efeito. A economia foi de 20% no total da tarifa, que caiu de R$ 3 mil para R$ 2.400. “Além disso, instalamos pedais nas torneiras, de forma que a água só seja acionada por um funcionário. Isso elimina torneiras abertas sem necessidade”, explica a empresária.

CONSCIENTES

Sócio-proprietário do Assacabrasa, com sete restaurantes na capital, José da Costa Carvalho também se adiantou para evitar o agravamento da crise hídrica e os reflexos no estabelecimento. Preocupado com a escassez de chuva, desde o início do ano reduziu para uma vez por semana apenas a limpeza geral dos estabelecimentos, que incluíam a lavagem das calçadas. “Abolimos a mangueira e agora só usamos balde com a água já utilizada para lavar as verduras na cozinha”, conta. A expectativa, de reduzir o consumo em 30%, garante ele, foi alcançada.

Há seis anos, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) incentiva o descarte correto de óleo de cozinha. O projeto Papa Óleo tem como objetivo combater a contaminação da água. Um litro de óleo pode inutilizar até 1 milhão de litros d’água.
 

Compartilhar