Bares em Lourdes terão as mesas das calçadas recolhidas mais cedo

Álvaro Castro
acastro@hojeemdia.com.br
06/04/2016 às 18:01.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:49
 (Tizé/Facebook Oficial)

(Tizé/Facebook Oficial)

Os bares e restaurantes de Lourdes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, passarão a recolher as mesas das calçadas mais cedo do que o costume. Após o aumento dos casos de violência no bairro, eles deixarão de servir clientes "na rua" a partir das 23h30 de segunda a quinta e à 1h nas sextas, sábados e vésperas de feriado. É importante frisar que isso não significa o fechamento dos estabelecimentos.

"Já existia um acordo antigo que só era cumprido pelos associados da Amalou. Esse acordo está sendo estendido para todos os bares e restaurantes da região e esperamos que todos o cumpram", explicou Jeferson Rios Dominguies, presidente da  Associação da Praça Marília de Dirceu e Adjacências (Amalou). O acordo citado por ele refere-se a um acerto de 2011 entre a Amalou e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), firmado por causa do excesso de barulho na região após as 22h.

Ele conta que há cerca de 15 dias um grupo de três motoqueiros abordou os clientes após o horário estabelecido neste novo acordo. Os clientes que estavam em mesas nas calçadas tiveram os pertences roubados.

Para tentar sanar o aumento da violência (http://www.hojeemdia.com.br/horizontes/roubos-sobem-32-em-minas-e-40-em-bh-no-primeiro-bimestre-de-2016-1.373123) , foi criada uma nova rede envolvendo moradores, donos de bares e até mesmo lavadores de carro pelo WhatsApp.

Antigamente eram três redes separadas. Além disso, existem 60 rádios comunicadores distribuídos em pontos estratégicos do bairro. Um deles fica na sede da Amalou e com um plantão nas noites e nos finais de semana, para que a polícia seja comunicada de alguma ocorrência de forma mais ágil.

"A conclusão é que tudo o que se faz para segurança é pouco, precisamos estar na frente dos bandidos", desabafou Domingues.

Questionado sobre um possível impacto sobre as vendas dos estabelecimentos, ele explica que em pesquisa recente verificou-se que cerca de 80% dos frequentadores dos bares e restaurantes residem no próprio Lourdes. Com isso, ele não acredita em um grande impacto nas vendas.

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