Barra Longa amarga prejuízos de R$ 10 milhões

Renato Fonseca - Hoje em Dia
07/11/2015 às 11:19.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:23
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

O prefeito de Barra Longa, Fernando José Carneiro Magalhães (PMDB), calcula prejuízo de aproximadamente R$ 10 milhões nas áreas atingidas pela enxurrada de lama que desceu por causa do rompimento de duas barragens.

Segundo dele, a ‘tsunami’ destruiu pontes e vários imóveis do vilarejo. As localidades mais afetadas foram Gesteira, Morro Vermelho, Barreto, São Gonçalo e o Centro.

A tragédia aconteceu na quinta-feira (5) no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, região Central de Minas. Contudo, a lama atingiu vários municípios e deve chegar, nos próximos dias, no Espírito Santo.

Equipe da Defesa Civil Estadual está em Barra Longa prestando auxílio. De acordo com o tenente Rafael de Figueiredo, em até dez dias será feito um relatório com o levamento dos estragos. A prioridade, agora, é a desobstrução das vias tomadas pela lama.

Catástrofe

Na comunidade rural de Volta da Capela, em Barra Longa, a 60 km de Mariana, a população ainda está tentando entender tudo o que aconteceu. Os moradores de pequenas propriedades acordaram na sexta-feira rodeados pela lama que se arrastou até a cidade após o rompimento da barragem do Fundão, da Samarco.

Os rejeitos invadiram os rios do Carmo e Gualaxo, que cortam Barra Longa. A área rural foi a primeira onde a equipe do Hoje em Dia chegou nesta manhã. As imagens são desoladoras.

No sítio de Godofredo Lana Filho, de 59 anos, mais de 20 hectares foram soterrados. Ele perdeu pelo menos oito bezerros e um trator e a casa está rodeada pelo barro.
Funcionários de uma empreiteira da Vale dão apoio com caminhão pipa para a limpeza (Foto: Lucas Prates/Hoje em Dia)

A caminho da cidade, caminhões-pipa atendem moradores, que afirmam que o abastecimento de água está comprometido. O distrito de Gesteira, segundo relatos dos moradores de Barra Longa, está isolado, pois o mar de lama destruiu três pontes.

Nascida, criada e residente em Barra Longa, a educadora Elizabeth Estrusco, de 63 anos, diz que a cidade é muito pobre e depende da bacia leiteira. "Toda a pastagem foi atingida. Vamos ter muitas dificuldades daqui pra frente. O sustento das famílias é próprio. As hortas se perderam".

Ao menos sete máquinas, entre tratores, retroescavadeiras, pá carregadeiras e caminhões, auxiliam no trabalho de limpeza da cidade.

O mau cheiro cheiro é forte no distrito, mesmo assim uma corrente do bem se formou. Moradores de outras localidades ajudam as dezenas de famílias que tiveram casas atingidas pelo mar de lama.

Parte de um hotel e de um supermercado também foram atingidos pela enxurrada. Vivi César Costa, de 52 anos, que trabalhava no Giro, informou que vários produtos, dentre verduras e carnes, se perderam.

Por volta das 4h deste sábado, um caminhão foi enviado ao supermercado e carregou alguns alimentos que ficaram intactos, mas o prejuízo ainda é incalculável.

 

Socorro

Oito jipes que dão suporte a Cruz Vermelha também estão em Barra Longa para ajudar nos trabalhos. Água, alimentos e produtos de higiene pessoal foram levados pelos jipeiros.

No total, 25 carros devem percorrer os vilarejos atingidos. Os voluntários avaliam se é possível seguir com segurança para Gesteira.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por