Bebê vacinado é a mais nova vítima de sarampo em Minas; 38 casos estão sendo investigados

Renata Evangelista
06/06/2019 às 15:08.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:59
 (Divulgação/Ministério da Saúde)

(Divulgação/Ministério da Saúde)

Um bebê de um ano, morador de Belo Horizonte, é a mais nova vítima de sarampo em Minas Gerais. A criança, conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), havia recebido a primeira dose da vacina contra a doença em 13 de novembro do ano passado. De acordo com o Ministério da Saúde, são necessárias duas doses para a imunização, sendo a primeira com 12 meses e a segunda a partir dos 15 meses.

O boletim com os dados da doença no Estado foi divulgado nesta quinta-feira (6) e revela que quatro casos já foram confirmados desde o início de 2019. Até o momento, a pasta confirma um caso importado, ou seja, o paciente contraiu em outro estado. Os outros três ainda não foram conclusivos, "devido à impossibilidade técnica, não foi possível identificar o genótipo da amostra enviada", explicou a SES em nota. 

Além dos casos que já foram comprovados, outros 38 notificados aguardam resultados clínicos para confirmar ou descartar a doença, que é altamente viral e infecciosa. Neste ano, a enfermidade não provocou nenhuma morte no Estado.

Bebê infectado

A criança belo-horizontina que contraiu sarampo começou a sentir os primeiros sintomas da enfermidade em 12 de fevereiro. Durante o período de transmissão da doença, ela frequentou uma unidade municipal de Educação Infantil (Umei) da capital, esteve em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e, depois, foi transferida para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi hospitalizada.

Apesar do risco de contaminação, a SES informou que até o momento "não foi evidenciada situação de risco nem contato com outros suspeitos". Mas como medida preventiva, o Estado garantiu que realizou o bloqueio vacinal no quarteirão da casa onde o bebê mora, além dos familiares e da escola. 

Outros casos

Outra moradora de BH, de 13 anos, também pegou sarampo. A adolescente, portadora de lúpus, também teve dengue. De acordo com a SES, em janeiro a menina esteve em Porto Seguro, na Bahia, e em Almenara, no Vale do Jequitinhonha. Ela começou a passar mal em 17 de fevereiro, quando procurou um Hospital de Contagem. Na ocasião foi realizado teste de dengue, que deu positivo. 

Pouco mais de três semanas depois, em 6 de março, a adolescente apresentou sintomas compatíveis para sarampo. A vítima voltou a procurar atendimento em Contagem, quando foi orientada a buscar um hospital da capital, onde ficou hospitalizada e isolada. Dois exames realizados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), além da Fiocruz, no Rio de Janeiro, constataram a doença. A adolescente havia sido vacinada com uma dose da tríplice viral em 2011.

Um jovem de 25 anos, que mora em Contagem e não foi vacinado contra a doença, também contraiu sarampo. Ele esteve em Trindade, no Pernambuco, em 28 de fevereiro. Depois dos primeiros sintomas, em 1ª de março, o rapaz foi hospitalizado em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da capital. O caso também foi comprovado pela Funed e pela FioCruz. 

Conforme a Secretaria de Saúde, no período em que poderia transmitir a enfermidade, o jovem trabalhou em um condomínio fechado na Grande BH. Em ambos os casos, o Estado realizou o bloqueio vacinal nos familiares e nas unidades de saúde onde as vítimas receberam os primeiros atendimentos.

O terceiro caso, que já havia sido confirmado, é de um italiano morador de Betim, na Grande BH, que importou a doença de outro país. Entre dezembro de 2018 e janeiro deste ano, o paciente esteve na Croácia e na Itália.

Transmissão

A transmissão do sarampo ocorre de pessoa para pessoa por meio de secreções presentes na fala, tosse, espirros ou até mesmo respiração. Na presença de pessoas não imunizadas ou que nunca tiveram a doença, ela pode se manter em níveis endêmicos, produzindo epidemias recorrentes. 

Os sintomas incluem tosse, coriza, rinorréia (rinite aguda), conjuntivite (olhos avermelhados), fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral). A evolução da doença pode originar complicações infecciosas como amigdalites (mais comum em adultos), otites (mais comum em crianças), sinusites, encefalites e pneumonia, que podem levar a óbito.  As complicações frequentemente acometem crianças desnutridas e menores de um ano de idade.

A SES lembra que o sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível, altamente contagiosa e comum na infância. A doença começa inicialmente com febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo), sintomas respiratórios e oculares.

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