Bebidas famosas ‘batizadas’ no quintal de casa em BH

Bruno Inácio
17/01/2019 às 20:49.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:05
 (Polícia Civil/Divulgação)

(Polícia Civil/Divulgação)

Bebidas famosas vendidas pela metade do preço, mas produzidas de forma caseira em um ambiente sem as mínimas condições de higiene. Essa foi a “mistura” encontrada pela Polícia Civil em uma residência que funcionava como uma fábrica clandestina no bairro Providência, Norte de BH. O responsável pelo local foi preso.

A suspeita é a de que ele comercializava vodca, gim e uísque adulterados há dois anos. Os investigadores chegaram até o homem, de 42, após denúncias anônimas. O monitoramento durou duas semanas.

Na terça-feira, ele foi abordado na avenida José Cândido da Silveira, na região Nordeste, quando seguia para negociar mais um lote do produto. “O carro estava cheio de bebidas”, contou o delegado Daniel Augusto Reis, da Delegacia de Fraudes. O caso foi apresentado ontem à imprensa.

Ao ser questionado, o homem levou os policiais até a casa dele. Lá, foram encontrados 200 garrafas, rótulos e tampas. “Primeiro, ele nos disse que usava produtos originais inferiores e colocava em garrafas com rótulos de marcas mais caras. Contudo, encontramos álcool de cereais, essências e corantes, o que leva a crer que ali ele também produzia bebidas”.

Os itens recolhidos serão periciados. “Agora vamos descobrir onde o suspeito conseguia o material e quem eram os compradores”, disse Daniel Reis.
Dentre as perguntas a serem respondidas é se as pessoas que adquiriam as bebidas sabiam que se tratavam de falsificações. “Estamos falando de produtos que colocam a vida do consumidor em risco por não haver mínimas condições sanitárias”, reforça o delegado.

Membro do Conselho Regional de Nutrição de Minas Gerais, Rafael Teixeira de Mattos complementa que, dentre as consequências a quem consome alimentos do tipo, estão os danos hepáticos graves. “Principalmente porque nem se conhece o teor de álcool utilizado na fabricação”.

Pela falsificação de produtos alimentícios, o suspeito pode ser condenado de quatro a oito anos de prisão. “É considerado crime hediondo, não cabendo fiança”, explicou Daniel Reis.

Ficha limpa

O homem detido não tinha passagem pela polícia. Segundo os investigadores, ele teria dito que trabalhava como produtor e vendedor de bolsas.

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