Belo-horizontinos estão entre os que mais apreciam as carnes gordurosas

Gabriela Sales - Hoje em Dia
08/04/2015 às 09:34.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:33
 (Ricardos Bastos)

(Ricardos Bastos)

Os belo-horizontinos ocupam o quarto lugar no ranking de consumo de carne gordurosa em todo o país, segundo dados da pesquisa Vigilância e Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014), divulgados pelo Ministério da Saúde. Dos entrevistados na capital mineira, 36% preferem os cortes mais gordos, ficando atrás apenas dos goianos (36,8%), dos campo-grandenses (39,7%) e dos cuiabanos (43,7%).

No entanto, em relação ao consumo de feijão em cinco ou mais dias na semana, os belo-horizontinos e os goianos estão no topo da lista, com 81,3%. Os entrevistados na capital mineira também estão em segundo lugar no país na ingestão de hortaliças e frutas (32%), perdendo apenas para os florianopolitanos (35%).

Já em relação ao consumo de refrigerante, 18% dos moradores de BH ouvidos no levantamento afirmaram consumir o produto em cinco ou mais dias na semana. A capital ficou em 15º lugar nesse ranking.

O cardiologista e diretor científico da Sociedade Mineira de Cardiologia, José Luiz Barros Pena, alerta que o consumo excessivo de alimentos ricos em gordura e açúcar podem trazer complicações à saúde a longo prazo, elevando os níveis de colesterol e triglicerídeos, além de comprometer as coronárias. “Os pacientes podem desenvolver doenças renais, arteriais e até cerebrais, como o AVC (Acidente Vascular Cerebral)”, afirma.

No prato do funcionário público Carlos Eduardo Viera, de 32 anos, não pode faltar a carne com uma camada mais espessa de gordura. “Ela é essencial pois deixa o alimento mais suculento, além de ser uma fonte de energia”, garante.

Carlos Eduardo avalia que como faz musculação todos os dias, o consumo de refrigerantes e de cortes gordos de carne não são problema para a sua saúde.

“Não abro mão de carne que tenha a tradicional camada de gordura, principalmente se for no churrasco”, afirma.

Cardápio do brasileiro ainda é pobre em frutas e hortaliças

A pesquisa mostra que só 24,1% dos brasileiros consomem a quantidade de frutas e hortaliças recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A quantidade indicada é 400 gramas diários, em cinco ou mais dias da semana. Entre os homens, o consumo verificado no levantamento é ainda menor:  apenas 19,3% atendem às recomendações. Entre as mulheres, consumo atinge 28,3% do total.

O estudo aponta ainda que, no geral, 29,4% da população ainda consomem carne com excesso de gordura. Os homens ficaram com 38,4%, enquanto as mulheres atingiram 21,7%.

Os números indicam também que o brasileiro tem diminuído a ingestão de refrigerante: o consumo caiu 20% nos últimos seis anos. Entretanto, mais de 20% da população ainda faz uso desse tipo bebida cinco vezes ou mais na semana.

Em relação aos alimentos mais utilizados pelos brasileiros, a Vigitel mostrou que o consumo regular do feijão em cinco ou mais dias da semana está presente em uma escala correspondente a 66% da população. O percentual foi maior entre os homens ( 73%), ao passo que, entre as mulheres, ficou em 61%.

Proteína

A nutróloga Márcia Rocha Parizzi lembra que a carne é uma importante fonte de proteína, mas as pessoas devem dar preferências às brancas, cortes magros e pequenas porções. “É um alimento que deve estar presente na dieta diária da população, mas o consumo deve ser moderado e de qualidade”, enfatiza.

A educadora física Ana Beatriz, de 38 anos, evita o consumo exagerado da proteína. “Priorizo alimentos saudáveis, mas como a carne de maneira moderada e esporadicamente”. 

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