Como resultado da campanha iniciada em 4 de maio, mais de 600 mil belo-horizontinos já estão protegidos contra a gripe. Eles fazem parte da população mais suscetível a desenvolver a forma grave da doença e que, portanto, deveria procurar um posto de saúde, até a última sexta-feira (5), para se vacinar. Em Belo Horizonte, a meta de imunizar 80% do público-alvo foi alcançada.
Mesmo após o período para tomar a dose ter sido prorrogado, ainda teve gente que deixou para procurar as unidades de saúde na última hora. Foi o caso da administradora Lucia Rocha, que, só na última sexta-feira (5), conseguiu um momento de folga para vacinar os filhos Luis Fernando, Gabriel e Anna, de 11, 9 e 6 anos.
“Eles estudam de manhã e eu trabalho de tarde. Então, aproveitei o feriado prolongado para resolver isso”, justificou. Embora as crianças não estejam na faixa etária indicada para a imunização, todas têm asma e, portanto, devem ser protegidas.
Para sorte dela, o movimento estava bastante tranquilo no centro Nossa Senhora Aparecida, no bairro São Lucas. Gerente da unidade de saúde, Solange Lacerda Beirão contou que recebeu muitos telefonemas durante o dia de gente preocupada por ter perdido o prazo. “A maioria justificou já estar gripada. Por causa da doença, ficaram impedidas de tomar a dose”.
Para esses casos, a orientação é que as pessoas voltem a procurar o posto de saúde quando melhorarem. “Não utilizamos todas as vacinas disponíveis e podemos imunizar quem vier aqui”. No entanto, ressalta, não há garantias que haverá doses para todo mundo.   Doses em falta
Enquanto o posto do bairro São Lucas estava vazio, a vacina chegou a faltar no Centro de Saúde Paraúna, em Venda Nova, devido à grande procura da população por imunização de última hora.
“De manhã, tinha umas 30 crianças na fila e ninguém era atendido. Começamos a reclamar e explicaram que só tinham mais oito doses”, contou o porteiro Elios Bruno Duarte. Como ele era um dos primeiros da fila, conseguiu garantir a proteção do filho Bryan, de 2 anos. No entanto, outras pessoas foram embora sem conseguir se imunizar contra a gripe.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, durante a tarde, o fornecimento foi regularizado na unidade, que voltou a aplicar as doses para a população até o horário de fechamento, às 17 horas.
Ministério sugere prorrogação das ações onde houve baixa adesão   Embora a Campanha de Vacinação contra Gripe tenha chegado ao fim, o Ministério da Saúde recomenda a prorrogação das ações nos municípios que não atingiram a meta de imunizar pelo menos 80% do público-alvo. O último balanço divulgado pelo órgão dava conta que 35,9 milhões de brasileiros já tinham se protegido.
O número corresponde a 73% do grupo prioritário, que é formado por 49,7 milhões de pessoas. Embora o objetivo tenha sido alcançado em Belo Horizonte, o estado de Minas Gerais não teve o mesmo desempenho. Segundo o Ministério da Saúde, apenas Amapá, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e Amazonas conseguiram, até a tarde da última sexta-feira (5), cumprir a meta de aplicar a dose em 80% do público-alvo.
Intertítulo
Das pessoas que poderiam receber a vacina, o único grupo que atingiu o objetivo, dentro do prazo, é o das puérperas (mulheres que tiveram filhos nos últimos 45 dias), com 330 mil (92%) vacinadas. O segundo grupo com maior cobertura é o dos idosos, com 15,9 milhões (76%) vacinados; seguido por trabalhadores da saúde, com 2,9 milhões (72%); crianças de seis meses a menores de cinco, com 8,8 milhões (69,6%); gestantes, com 1,3 milhão de doses (63,4%) vacinadas; e os indígenas, com 380 mil vacinados (62,9%).
Além do grupo prioritário, também foram aplicadas 5,9 milhões de doses em pessoas com comorbidade, população privada de liberdade e trabalhadores do sistema prisional.

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