(Frederico Haikal)
A chegada do período chuvoso representa, para pelo menos nove mil famílias de Belo Horizonte, um verdadeiro tormento. Na capital, há 46 pontos suscetíveis a alagamentos e enchentes, segundo o coordenador municipal da Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas Alves.
Para evitar, ou ao menos prevenir, que a água invada novamente as centenas de casas próximas a córregos e rios, moradores das áreas de risco têm tomado suas próprias providências.
Improviso
O assistente de tráfego Mário Luiz Santos, de 43 anos, que mora há 20 deles na avenida Teresa Cristina, altura do bairro Betânia, Oeste de BH, um dos pontos mais críticos, improvisou uma barra móvel de ferro, no portão de casa, para conter a água do ribeirão Arrudas, que já invadiu o imóvel pelo menos por seis vezes.“Como a situação se repete ano a ano, precisei tomar uma providência”, afirmou, acreditando que o bloco de metal poderá impedir uma nova tragédia.
Prevenção
Segundo o coordenador municipal da Defesa Civil, pelo menos quatro novas medidas foram adotadas para evitar os desastres provocadas pelas chuvas deste ano. “Implantamos os Núcleos de Alerta de Chuva (Nacs), fizemos treinamentos para o Corpo de Bombeiros, criamos nove depósitos de material de assistência humanitária nas regionais e estabelecemos uma parceria com uma universidade para vistorias preventivas de risco construtivo”, disse.
Ele ressaltou, porém, que ainda não há medidas efetivas que funcionem no combate definitivo das enchentes na capital. “Atuamos em três eixos distintos, o da autoproteção, da proteção da comunidade e da proteção pública, mas sempre irá faltar algo para garantir a segurança 100%. A cidade é dinâmica”, observou.