BH participa de protesto nesta sexta-feira contra morte da menina Ágatha no Rio

Da Redação
27/09/2019 às 17:14.
Atualizado em 05/09/2021 às 21:58
 (Wendy Andrade/ Instagram )

(Wendy Andrade/ Instagram )

Nesta sexta-feira (27), Belo Horizonte terá um ato-cortejo na praça da Estação a partir das 18h nominado "Combinamos de não morrer", frase da escritora mineira Conceição Evaristo sobre o genocídio negro no Brasil. A data é marcada pelo dia de São Cosme e Damião e pelo 7° dia da morte da menina Ágatha Félix no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Wendy Andrade / Reprodução

Assinam o ato mais de 50 movimentos entre coletivos, associações e blocos de rua ligados à causa negra na cidade. O cortejo acontece até a praça Sete. A orientação dos organizadores é que os participantes levem "velas, flores, bonecas e/ou matérias de jornais de pessoas que foram mortas pelo Estado", além de balões amarelos, símbolo dos atos em protesto à morte de Ágatha, referência de uma foto da menina em que ela aparece com balões do mesma cor. 

Além da morte de Ágatha, também é lembrada a morte da menina Paloma, de 12 anos, no Morro do Papagaio em Belo Horizonte. Ela foi baleada durante um tiroteio que aconteceu quando comia macarrão em um trailer na região. 

O objetivo do ato-cortejo é homenagear as vítimas de violência policial e protestar contra o assassinato de crianças e jovens negros nas periferias.    

Veja a descrição do evento:

Há quem diga que o povo preto está unido pela dor. Outros dirão que devemos dividir as nossas dores, e os nossos mortos, ou seja, se morre de cá, também deverá morrer de lá. E tantas outras dirão que o afeto, esse que liberta, ele nos move e não nos deixa cair, pois sabemos que não estamos sós, e que, por isso, por mais que tentem ceifar as vidas dos nossos, das nossas, e dos que ainda virão de nós, vamos nos (re)erguer. Eles podem até ter combinado de nos matar, como bem nos alertou Conceição Evaristo, mas nos manteremos firmes no nosso compromisso de não morrer. É certo que há um cansaço diante desse racismo que nos persegue, nos mata e quase faz a gente desistir. Mas há uma esperança em nós, nos nossos, e em alguns aliados também. Por isso estamos convocando todos para fazermos um cortejo/ato por nenhum tombamento a mais dos nossos corpos. Será dia 27 de setembro às 18h. Um cortejo da Praça da Estação à Praça Sete. Que todos levem velas, flores, e bonecas e ou matérias de jornal das pessoas que foram mortas pelo Estado.  

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