BH pode ter 250 mil infectados pela Covid-19, diz pesquisa que monitora o coronavírus no esgoto

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
30/01/2021 às 15:02.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:03
 (Thiago Bressani/UFMG/Divulgação)

(Thiago Bressani/UFMG/Divulgação)

A pesquisa que analisa a carga viral no esgoto de Belo Horizonte atingiu o segundo maior nível desde o início da pandemia, com 30 trilhões de cópias por dia. Segundo a Universidade Federal de Minas Gerais, esse patamar é quase o dobro do valor encontrado no período mais crítico dos casos de infecção, em julho de 2020, quando atingiu cerca de 18 trilhões de cópias.

Isso significa que a estimativa de população total infectada na capital mineira é de cerca de 250 mil pessoas. Já em Contagem, na Grande BH, a população infectada estimada na última semana de monitoramento foi de cerca de 45 mil pessoas – na semana anterior, a estimativa foi de cerca de 30 mil pessoas.

Na segunda semana de pesquisa, entre 11 a 15 de janeiro de 20121, os níveis do vírus encontrados nos esgotos são inferiores apenas ao que a pesquisa apurou na semana 52 do estudo, entrre 21 a 25 de dezembro de 2020, quando foi registrada a maior carga desde o início da pandemia. 

Esses resultados fazem parte da nova fase de comunicação do projeto-piloto para 2021. A partir deste boletim, os pesquisadores passam a apresentar os valores em termos da carga viral detectada no esgoto, atendendo ao intuito principal do projeto, que é o de possibilitar avaliação comparativa do nível de circulação do vírus em relação às semanas anteriores.

O projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário das cidades de Belo Horizonte e Contagem, nas bacias dos ribeirões Arrudas e do Onça. A iniciativa é feita pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o INCT ETEs Sustentáveis e a UFMG, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e a SES.

Alerta para novos surtos

Os pesquisadores reforçam que não há evidências da transmissão do vírus através das fezes (transmissão feco-oral) e que o objetivo da pesquisa é mapear os esgotos para indicar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos a partir do esgoto como uma ferramenta de aviso precoce para novos surtos, por exemplo.

Com os dados obtidos, é possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do distanciamento social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência da Covid-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisão pelos gestores públicos.

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