BH registra primeira morte por febre maculosa; infecção teria acontecido em outra cidade

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
22/06/2018 às 13:10.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:55
 (Reprodução SES / MG)

(Reprodução SES / MG)

A primeira morte por febre maculosa em uma pessoa residente em Belo Horizonte foi registrada este ano, de acordo com nota enviada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). De acordo com a pasta, o local provável de infecção do paciente foi em outro município e não na capital. A idade e o sexo do paciente não foram informados.

A secretaria também explicou que há oito notificações em investigação, além de um caso considerado inconclusivo, aguardando resultados de exame sorológico da Fundação Ezequiel Dias ou coleta de nova amostra. Outros 13 exames para a doença foram feitos e descartaram a infecção de febre maculosa.

Causada por uma bactéria e transmitida pelo carrapato-estrela, a febre maculosa é uma doença que pode levar à morte. O tratamento se dá por meio de antibiótico e, quanto antes o medicamento for usado, maiores são as chances de recuperação do paciente.

A SMSA afirma ainda que a prefeitura desenvolve permanentemente ações de educação, prevenção e monitoramento para evitar contato de pessoas com o carrapato. São realizadas, três vezes ao ano, ações de vigilância acarológica no Parque (Ecológico) José Lins do Rego, na Pampulha, como forma de prevenção contra a febre maculosa – com coletas nos meses de abril, agosto e novembro.

Também são executadas ações de controle vetorial em cavalos e outros equídeos. O manejo das 65 capivaras que vivem na orla da Lagoa da Pampulha também é uma ação de prevenção contra a febre maculosa, já que o roedor é hospedeiro do carrapato-estrela, transmissor da doença. Nesta quinta, a prefeitura informou que 50% das capivaras foram esterilizadas, microchipadas e receberam carrapicidas.

No Estado

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, até semana passada, havia sete registros da doença no Estado, com mortes em dois dos casos. As notificações foram feitas nas cidades de Caratinga, no Vale do Aço, Bicas e Tombos, na Zona da Mata, São Gotardo, no Alto Paranaíba, Paraisópolis, no Sul de Minas, e Itabira e São Domingos do Prata, na região Central.

Em 2017, foram registrados 34 casos de febre maculosa em Minas, sendo que 18 deles evoluíram para a morte. Em Belo Horizonte, no ano passado, foram confirmados quatro casos, sendo três deles com óbitos.

Preocupação

O cuidado com a proliferação do carrapato-estrela é maior no inverno, período em que a vegetação favorece a reprodução do artrópode. Ao mesmo tempo, o capim seco a diminui a disponibilidade dos animais hospedeiros e o carrapato passa a procurar outros animais para picar.

Diante de contato com áreas favoráveis à presença dos artrópodes, a recomendação é que inspeções no corpo sejam realizadas em intervalos curtos de tempo, pois quanto antes os carrapatos forem identificados e retirados do corpo, menor a chance de transmissão da doença.

Caso a identificação e retirada do carrapato não seja possível, é preciso estar atento aos primeiros sintomas da febre maculosa, pelo fato de a doença ter uma alta letalidade. Ela se manifesta de forma aguda por meio de sintomas como febre, dor de cabeça, dores musculares, mal estar, náuseas e vômitos. Pode ocorrer uma erupção cutânea, frequentemente com pele escurecida ou incrustada no local da picada do carrapato.

Susto em Betim

No dia 7 de junho, um grupo de cerca de 40 estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual Cecília Meireles, no bairro Laranjeiras, em Betim, visitou o Parque Nacional da Serra do Cipó para um projeto de geografia. No fim da tarde, vários alunos perceberam que haviam sido picados por carrapatos. Alguns adolescentes relataram ter sentido depois dor de cabeça, febre, vômito e manchas pelo corpo, sintomas parecidos com os provocados pela febre maculosa.

Dois dos adolescentes foram internados com suspeita de febre maculosa e receberam medicação para a doença. Exames laboratoriais descartaram a doença.

Veja como se previnir contra os carrapatos, transmissores da febre maculosa:Claudia Daniel/Secretaria de Saúde / N/A

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