BH tem 200 pacientes sem leitos e enfrenta mortes por falta de respirador e UTI, denuncia sindicato

Anderson Rocha
arocha@hojeemdia.com.br
29/03/2021 às 17:47.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:32
 (Ascom HGF/Divulgação)

(Ascom HGF/Divulgação)

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) denunciou, nesta segunda-feira (29), que 21 pacientes morreram em unidades de pronto-atendimento (UPA's) da capital nas últimas 72 horas. Além disso, 200 pessoas estão na fila de espera por um leito de UTI na rede pública municipal. A entidade defendeu a vacinação em massa e, em caso de necessidade, o lockdown.

De acordo com o sindicato, das 21 mortes registradas em UPA's, duas ocorreram por falta de respiradores e outras duas por espera prolongada por leito de CTI. O Sindibel afirmou que a situação é de colapso nos sistemas privado e público de Saúde. 

Entre os problemas, há ausência de equipamentos necessários para os atendimentos, como pontos e balas de oxigênio, bombas de infusão, monitores, medicamentos ou respiradores mecânicos para pacientes; além de salas de emergência com lotação excedida e pacientes graves com indicação de CTI em atendimento nas enfermarias das UPA's.

"Pacientes graves, mesmo entubados, não estão monitorados por equipamentos e profissionais em quantidade e qualidade adequadas, o que aumenta o risco de morte", declarou o Sindibel, em nota. A entidade ainda relembrou que faltam profissionais de saúde e que a criação de mais leitos "não garantirá o atendimento de qualidade".

Lockdown

Para o sindicato que representa os trabalhadores da Saúde em Belo Horizonte, é necessário que as autoridades deem à situação a devida responsabilidade, com a adoção de medidas adequadas. "Sem a garantia de vacinação em massa neste momento, a única medida para reduzir a ocupação dos leitos hospitalares e das UPAS é o afastamento social e, se necessário, o lockdown", declarou.

O Sindibel afirmou ainda que a atitude cabe ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), mas que há a cobrança de garantia de auxílio emergencial para todas as famílias em situação de vulnerabilidade ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

"Além disso, também é preciso, por meio dos instrumentos de Estado, garantir o suporte para os pequenos negócios que não têm as reservas econômicas necessárias para ficarem fechados. Por fim, fazemos um apelo à população: cuidem-se, protejam-se! E cobrem dos vereadores e deputados estaduais e federais ação efetiva do Estado brasileiro para proteger os seus cidadãos", finalizou o texto.

PBH rebate críticas

Em nota, a Prefeitura de BH informou que a capital mineira, assim como todo o país, se encontra em uma situação grave em relação à pandemia da Covid-19 e que, por isso, as UPAs do município têm apresentado aumento na procura por atendimento nas unidades. Segundo o Executivo municipal, a prefeitura trabalha "de forma ininterrupta" para que todos os pacientes sejam atendidos.

Entre as medidas para que o atendimento seja feito, a prefeitura afirmou que, somente neste mês, foram abertos 243 leitos de UTI Covid, saltando de 283, no dia 1º, para as atuais 526. Segundo a gestão municipal, todos os pacientes hospitalizados nas instituições da Rede SUS que necessitam de UTI já foram cadastrados na central de leitos, que funciona 24 horas, sete dias por semana, inclusive nos feriados.

"É importante ressaltar que essas pessoas foram atendidas, estão recebendo atenção médica e poderão ser transferidas para um hospital, caso necessitem de cuidados indisponíveis nas UPAs", declarou.

Além disso, a prefeitura afirmou que, a partir desta segunda-feira, as nove regionais passaram a contar com centros de saúde com funcionamento todos os dias, 24h, para atender a casos não Covid.

Por fim, sobre insumos, oxigênio e medicamentos, o Executivo municipal declarou que os estoques estão abastecidos nas UPAs e a informação de que pacientes morrerem na UPA Norte devido à falta de respirador não procede. "Só nesta unidade, são nove respiradores. Nas nove UPAs são 75 respiradores", informou.

Em relação às cobranças feitas pelo Sindibel ao governador de Minas e ao presidente do Brasil, o Hoje em Dia entrou em contato com o governo de Minas e com o Ministério da Cidadania e aguarda posicionamentos.

Leia a nota da PBH na íntegra:

A Prefeitura informa que Belo Horizonte, assim como todo o país, se encontra em uma situação grave em relação à pandemia da Covid-19. As UPAs da capital têm apresentado aumento na procura por atendimento nas unidades e a Secretaria Municipal de Saúde trabalha de forma ininterrupta para que todos os pacientes sejam atendidos.

A Prefeitura vem empreendendo todos os esforços para abrir novos leitos. Somente neste mês foram abertos 243 leitos de UTI Covid, saltando de 283, no dia 1º, para as atuais 526. Todos os pacientes hospitalizados nas instituições da Rede SUS que necessitam de UTI já foram cadastrados na central de leitos, que funciona 24 horas, sete dias por semana, inclusive nos feriados. É importante ressaltar que essas pessoas foram atendidas, estão recebendo atenção médica e poderão ser transferidas para um hospital, caso necessitem de cuidados indisponíveis nas UPAs.

Diante do aumento de demanda por atendimentos nas unidades de Saúde da capital provocado pela Covid-19, a Prefeitura de Belo Horizonte tem se empenhado para garantir assistência à população. A partir desta segunda-feira, dia 29 de março, as nove regionais passaram a contar com centros de saúde com funcionamento todos os dias, 24h, para atender a casos não Covid. Essa estratégia visa ampliar o atendimento de pessoas que não apresentam sintomas respiratórios e são classificados como baixa e média complexidade, deixando as UPAs dedicadas, prioritariamente, ao atendimento dos casos sintomáticos respiratórios, pediatria e traumas.

Na última sexta-feira, dia 26, três centros de saúde das regionais Centro-Sul, Pampulha e Venda Nova passaram a funcionar 24h. Em três dias de funcionamento foram realizados cerca de 600 atendimentos.

Sobre insumos, oxigênio e medicamentos, os estoques estão abastecidos nas UPAs e a informação de que pacientes morrerem na UPA Norte devido à falta de respirador, não procede. Só nesta unidade, são nove respiradores. Nas nove UPAs são 75 respiradores.

O número de casos e óbitos por Covid são atualizados no Boletim Epidemiológico e Assistencial (www.pbh.gov.br/coronavirus).

A Prefeitura tem trabalhado incansavelmente para repor as vagas das unidades de saúde e também ampliar a força de trabalho. As contratações de profissionais de saúde ocorrem diariamente e o processo seletivo se dá com base nos cadastros realizados no banco de currículos eletrônico da Prefeitura de Belo Horizonte disponível no link: https://prefeitura.pbh.gov.br/saude/informacoes/gestao-de-pessoas/banco-de-curriculos.

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