BH tem ainda segunda passagem de ônibus mais cara no país, mesmo sem o reajuste

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
10/01/2020 às 22:18.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:15
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Mesmo sem o reajuste da tarifa de ônibus, barrado pela Justiça, os belo-horizontinos continuam pagando a segunda passagem mais cara entre as capitais do país. A principal cidade mineira só perde para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que hoje cobra R$ 4,70. Como o aumento em BH ainda é discutido nos tribunais, uma possível determinação para subir o preço vai colocar o município no topo do ranking.

Atualmente, o bilhete principal custa R$ 4,50 por aqui. As empresas que prestam o serviço reivindicam acréscimo de R$ 0,25.

“É um absurdo. A malha viária daqui é muito ruim e a infraestrutura dos coletivos deixa a desejar”, avalia o universitário Lucas Campos, de 23 anos, que diariamente utiliza os coletivos da capital mineira.

Opinião compartilhada pelo auxiliar administrativo Pedro Ferreira, de 22. O jovem afirma que não há justificativa para o reajuste da tarifa, vez que considera o serviço de má qualidade devido à superlotação, falta de ar-condicionado em toda a frota, ausência de cobradores e intervalo grande entre as viagens.

“O transporte público é um direito universal e deveria ser gratuito. Como essa realidade não é possível, poderiam, ao menos, implantar o passe semanal, como é feito na França. Lá, os passageiros pagam um determinado valor e podem pegar quantos ônibus quiserem por um período”, sugeriu.

Contrato

Por nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SetraBH) informou que o aumento anual está previsto em contrato, firmado em 2008. O índice leva em consideração diversos parâmetros para recompor gastos com insumos, como óleo diesel, pneus e mão de obra.

Os custos para manter os veículos do sistema circulando são altos, destaca o consultor em transporte e trânsito Márcio Aguiar. Porém, ele critica o valor pago pelos usuários e defende o subsídio por parte da administração municipal, de forma a equilibrar as contas. “Em São Paulo, por exemplo, a prefeitura paga R$ 2 por cada passagem”.

A tarifa na capital paulista subiu R$ 0,10 este ano, passando para R$ 4,40. Com esse valor, é possível fazer até quatro embarques, em diferentes linhas, no período de três horas.

Gratuidade

Márcio Aguiar também ponderou que, atualmente, os passageiros arcam com todas as gratuidades concedidas pela prefeitura. “Nesses casos, a passagem deveria ser quitada por outros órgãos”, ponderou.

Hoje, têm a isenção da tarifa idosos acima de 65 anos, agentes de inspeção do Ministério do Trabalho, oficiais de Justiça Federal e do Trabalho, no exercício das funções, além de carteiros e pessoas com deficiência.

União de esforços

Na avaliação de Márcio Aguiar, o Executivo e as empresas deveriam criar uma comissão independente para discutir uma alternativa que não seja onerar os usuários. “O transporte público é tão fundamental como a alimentação. Ninguém vive sem comer, assim como ninguém vive sem se locomover”. 

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