(RIVA MOREIRA / HOJE EM DIA)
Menos de 48h após a primeira morte ocasionada por acidentes com patinetes elétricas no Brasil ser registrada em Belo Horizonte, a BHTrans se reuniu, na tarde desta segunda-feira (9), com diretores e o presidente da empresa responsável pelo aluguel do transporte alternativo na capital e requisitou algumas medidas emergenciais visando a segurança dos usuários. Entre os principais pedidos está a contratação de um seguro de responsabilidade civil para os usuários e a redução da velocidade do equipamento nas primeiras viagens de novatos.
Conforme nota divulgada no fim desta tarde pela empresa que administra o trânsito de BH, o presidente da BHTrans, Celio Bouzada, encontrou com representantes da Grow, que é a responsável pela operação das patinetes da Grin e da Yellow. "(Ele) exigiu um comprometimento da empresa com a cidade em três pontos principais: informação, treinamento e segurança", diz o texto.
A redução da velocidade máxima dos dispositivos nas primeiras viagens será estudada pela empresa, que fará uma avaliação técnica da solicitação. A Grow desenvolverá ainda um "extenso programa de treinamento para os usuários de patinetes na capital, combinado com uma campanha de divulgação de informação", afirma a BHTrans.
Por fim, a empresa das patinetes se comprometeu a contratar um seguro de responsabilidade civil para os seus usuários, o que garantirá a proteção em caso de acidentes graves.
"A BHTrans esclarece que o uso dos patinetes é regulamentado pela resolução do CONTRAN, 465/2013. A Empresa criou um grupo de trabalho que está elaborando uma regulamentação complementar que dispõe, principalmente, sobre as regras de circulação", conclui a nota.
Já a Grow, informou que durante a reunião dessa segunda foram discutidas medidas que, por meio da regulamentação, ampliem a segurança da operação de patinetes em BH. "Cabe ressaltar que, atualmente, a Grow já disponibiliza seguro para qualquer incidente com seus equipamentos. Além disso, está em estudo por parte da empresa o desenvolvimento de solução tecnológica para reduzir a velocidade para usuários iniciantes, nas primeiras viagens"
A empresa também informou que está intensificando suas campanhas de conscientização, pelo app, pelas redes sociais e nas ruas, em prol do uso correto dos patinetes e do capacete. "Vale ressaltar que nossos patinetes possuem velocímetro, buzina, lanternas frontais e dois freios, um mecânico e outro a motor, que permitem uma redução de velocidade mais suave", disse, ainda, por meio de nota.
A morte
O empresário e engenheiro Roberto Pinto Batista Júnior, de 43 anos, morreu no último sábado (7) após cair de uma patinete elétrica e bater a cabeça em um bloco de concreto da ciclovia da avenida Paraná, no Centro de BH. Ele não fazia o uso de capacete.
Em entrevista exclusiva concedida ao Hoje em Dia, o diretor assistencial da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Marcelo Lopes Ribeiro, informou que, até agosto, mais de 100 pessoas foram socorridas ao Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII por acidentes com patinetes elétricas. Com isso, a unidade de saúde, que é referência em traumas de Belo Horizonte, atendeu uma média de uma pessoa a cada dois dias por este motivo.
Há cerca de quatro meses, no início de maio, a BHTrans anunciou que criaria um grupo de estudos que determinaria como seria feita a regulamentação das patinetes elétricas. A previsão inicial era de que uma consulta pública para ouvir a população seria aberta ainda em junho, porém, isso não aconteceu até o momento. Integram o grupo representantes da Guarda Municipal e da Secretaria Municipal de Política Urbana.
Deste então, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) já vetou o projeto de lei com regras para o meio de transporte alternativo, aprovado na Câmara Municipal da capital mineira, alegando inconstitucionalidade. O texto, de autoria do vereador Gabriel Azevedo (sem partido), previa a integração das patinetes e bicicletas com o sistema de transporte coletivo, o que incluía a possibilidade de pagar utilizando o cartão BHBus, e ainda determinava que as empresas responsáveis deveriam expandir o serviço para atender todas as regiões da cidade, e não somente na região central.
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