Biblioteca dentro de borracharia "cria" novos leitores em Sabará

Raquel Ramos - Do Hoje em Dia
14/10/2012 às 09:58.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:12
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

Projeto de estímulo à leitura entre os moradores de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, completa dez anos este mês. Conhecida como Borrachalioteca, a iniciativa que começou tímida, dentro de uma borracharia, tem muito a comemorar. ‘Coleciona’ centenas de leitores assíduos e mais de 12 mil livros para empréstimo, de graça, à comunidade.

Foi com apenas 70 obras e um grande sonho que o então estudante Marcos Túlio Damascena deu início à empreitada, oferecendo livros para clientes do pai. “Ele estava resistente, mas acabou cedendo espaço para guardar o material”, lembra. Na época, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade e Jorge Amado eram alguns dos autores que disputavam prateleiras do local, antes ocupado apenas por pneus e ferramentas.

Com a propaganda boca a boca, o projeto cresceu e ganhou destaque. Hoje, a Borrachalioteca tem área própria, ao lado da borracharia.

Expansão

Outras unidades foram inauguradas entre 2008 e 2010: a Sala Son Salvador, no bairro Cabral; a Casa das Artes, com livros infantojuvenis e literatura de cordel; e o Espaço Libertação pela Leitura, no presídio municipal de Sabará.

“O último é um trabalho muito especial. Ouvi de um detento que a biblioteca era como uma janela para o mundo”, diz Marcos Túlio.
O relato tem significado importante para o idealizador da biblioteca, que sempre acreditou no poder da leitura. “O livro muda uma pessoa. Também é a melhor forma de propagar conhecimento”.

Público

O propósito é alcançado, pelo menos entre as amigas Ricelly Regina Ferreira e Raissa Vitória Souza Gomes, de 10 e 13 anos. Na Borrachalioteca próxima às casas onde moram, elas tiveram a chance de conhecer as histórias de Monteiro Lobato, ler a série Harry Potter e até se arriscar na literatura de cordel.

“Conhecia o lugar só de ‘ouvir falar’. Um dia, resolvi pegar ‘O Menino Maluquinho’ e gostei muito. Passei a vir sempre”, diz Ricelly.

Raissa também é assídua na biblioteca. “O bom é que a gente viaja em histórias diferentes. Descobrimos coisas novas sobre a vida”, afirma.

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