"Bike Anjos" ajudam adultos de BH a aprender a andar de bicicleta

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
14/06/2015 às 10:43.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:28
 (Carlos Henrique)

(Carlos Henrique)

Andar de bicicleta é algo normalmente associado à infância. Mas o que não faltam são adultos que, a despeito da idade, desejam transformar em realidade o antigo desejo de pedalar. Para eles, o aprendizado de equilibrar-se sobre duas rodas vem acompanhado de dois desafios: vencer o medo e encontrar uma oportunidade sem se constranger diante de olhares reprovadores.   Em Belo Horizonte, há mais gente do que se imagina arriscando-se na nova descoberta. É o caso de Zoraida Quiroga, que, aos 61 anos, decidiu literalmente pôr em prática um sonho de infância. “Quando criança, não tive condições de ter uma bicicleta e, por isso, não aprendi a andar. Mas tinha esse sonho no coração. Foi maravilhoso quando consegui”, conta.   Bastou uma única tentativa – de cerca de uma hora – para que a professora conseguisse, finalmente, deixar de lado o temor das quedas e se encantar de vez pelo mundo das bikes. A aula foi com um “anjo”, como são chamados os professores do Bike Anjo BH. O grupo, espalhado pelo país inteiro, é formado por 60 voluntários só na capital.   Assim como a professora, quem tem interesse de encarar o novo desafio pode aventurar-se por aulas coletivas – em todo último domingo do mês, na Praça do Ciclista, próximo ao Colégio Arnaldo (Centro-Sul) – ou individuais, combinadas entre aluno e professor. A melhor notícia é que é tudo de graça.   As aulas coletivas reúnem cerca de 40 pessoas e vão das 12h às 18h, em sistema de rodízio. Quem tiver interesse é só ir ao local e entrar na fila. “Nosso objetivo é difundir a bicicleta como ferramenta de transformação da cidade”, diz o dentista Carlos Edward Campos, de 48 anos, “anjo” há dois.   Em família   Com promessa de vida nova desde que deixou no passado os 20 quilos que desejava perder, a assistente administrativa Mariana Barbosa, de 31 anos, preferiu dar os primeiros passos, ou melhor, as primeiras pedaladas, na companhia de alguém da família.   O escolhido foi o marido. A nova empreitada faz parte de um projeto de vida, iniciado em 2014, quando decidiu mudar. Mariana pretendia aprender a nadar e a andar de bicicleta. A primeira meta foi cumprida.   “Não aprendi a pedalar quando criança porque minha mãe não deixava, mas sempre tive esse desejo. Pretendo, depois de aprender, usar a bike não só como lazer, mas como meio de transporte, já que não dirijo”, comenta.   Ciclista deve ter muita atenção na rua e obedecer às regras do código de trânsito   Para quem tem como objetivo não só aprender a comandar a magrela, mas transformá-la em um meio de transporte, a dica é ir pelo caminho da pilotagem segura e consciente. Nem sempre o que se sabe a respeito de como agir sobre as duas rodas é o suficiente para ganhar as ruas de uma cidade grande.   A auxiliar administrativa Liliane Cristine Almeida Campos, de 31 anos, que o diga. As pedaladas que dava quando criança bem que ficaram no passado, mas o desejo de transformar as rodinhas em um rápido e confortável meio de locomoção por BH não. Foi preciso reaprender.   A primeira providência: tornar-se capaz de andar de bike e não somente brincar de pedalar, como ela diz. “Não que eu tivesse desaprendido, mas, quando criança, pedalava na garagem do prédio. Procurei as aulas para saber andar na rua, pois sabia das regras e queria me sentir mais segura”, detalha.   Resultado imediato   Primeira aluna de Carlos Edward Campos, de 49 anos, voluntário do Bike Anjo BH, ela precisou de uma única aula para ganhar firmeza ao conduzir o novo meio de transporte. Para muitos, pode até parecer, mas a tarefa de saber driblar o trânsito não é tão difícil assim.   “Em primeiro lugar, é importante escolher bem o roteiro que será feito. Nem sempre o melhor caminho é o que se faria de carro”, ressalta Campos.   Importante considerar que todo cuidado é pouco ao pedalar em vias mistas. Dê preferência à pista da direita e nunca deixe de sinalizar a intenção aos motoristas. “A dica é seguir o que manda o código de trânsito, tendo em vista que a bicicleta é um veículo regulamentado por lei”, diz o professor.   74 quilômetros é a extensão de ciclovias em Belo Horizonte; no Rio de Janeiro e em São Paulo são, respectivamente, 400 e 200 QUILÔMETROS de vias exclusivas

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