Um bloco carnavalesco de Belo Horizonte está dividindo opiniões nas redes sociais quanto à legitimidade de sua temática abordada. O Bloco do Fábio Assunção, programado para se apresentar na segunda-feira de Carnaval, dia 4 de março, em um bar do Barro Preto, na região Centro-Sul da capital, aborda a dependência alcoólica do ator e diretor de teatro, de 47 anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o alcoolismo é uma doença crônica e multifatorial. 

O "Fábio Assunção" está presente no site de eventos da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), mas não foi cadastrado como bloco de rua. No endereço, há informações sobre o evento, além de links para uma página oficial no Facebook, com mais de 1700 seguidores. Nessa área, por sua vez, há uma letra de música que, supostamente, seria o hino do bloco. Ela retrata uma pessoa que ficaria "loucona" após beber. Leia abaixo:

EeeeeeeeieeeeEeeeeeeeeHoje eu vou beberHoje eu vou ficar locãoHoje eu nao quero voltarPra minha casa nãoHoje eu vou beberHoje eu vou ficar locão

Hoje eu nao quero voltarPra minha casa nãoPra minha casa nãoPra minha casa nãoPra minha casa nãoHoje eu vou virarO Fábio Assunção, çãoEla vai no chão, chãoEla vai no chão, chãoEla vai no chão, chão 

O caso de Assunção com a dependência química e/ou alcoólica já ganhou o noticiário e foi confirmado pelo próprio artista. Em junho de 2017, Fábio foi detido em Pernambuco após desacato à polícia e desentendimento com populares. Na ocasião, cogitou-se que o ator havia feito uso de drogas ilícitas, o que foi negado por Fábio. Reprodução/ Facebook 

Na captura, a página do bloco no Facebook

Já em novembro de 2018, o artista confirmou a dependência química em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo. Segundo ele, essa era uma luta que ele havia vencido. 

“Já tive um uso exagerado e uma relação obsessiva. É uma coisa que pode acontecer. Você não sabe se o uso recreativo de alguma coisa vai te levar a isso. Para mim, esse assunto já foi. Estou em outra fase”, disse, na TV. Também no programa, Fábio afirmou que o tema o persegue: “Esse assunto é recorrente, tem um estigma que eu tenho que lidar”.

Na página do bloco no Facebook, os comentários se dividem sobre a aprovação da abordagem da temática. Um dos usuários postou que não achava que aquilo fosse uma homenagem e afirmou estar "fora". Outra pessoa disse ter nojo de quem achava graça na brincadeira. "Dependência química, problemas com álcool não é brincadeira!!!!" (sic). 

Já outros participantes, em número aparentemente maior da página postaram risadas e convites a amigos para que comparecessem ao bloco durante o Carnaval. 

A reportagem entrou em contato com o bar que receberá o evento e aguarda posicionamento sobre o assunto. A Belotur afirmou que o evento não foi cadastrado como bloco de rua, então sua gestão não atua sobre ele. 

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