Blocos de rua abrem espaço para novos batuqueiros

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
06/02/2017 às 19:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:43

A poucas semanas do Carnaval, os blocos belo-horizontinos estão ajustando os últimos detalhes para fazer bonito nos desfiles. Entre músicos veteranos, cantores e regentes, cresce também o número de marinheiros de primeira viagem mas baterias: foliões que nunca tocaram instrumentos, mas que decidiram se arriscar na batucada para participar da festa mais ativamente.

“Se soubesse que era tão divertido teria começado a tocar bem mais cedo!”, conta a bióloga Gabriela Couto Silva, de 25 anos. Depois de se divertir bastante em um ensaio do Batuque Coletivo, ela decidiu se juntar ao grupo. “Chamei mais duas amigas e estamos ensaiando”, conta. Gabriela agora tenta aprender o rocar, uma espécie de chocalho, para se apresentar no dia 26, quando o bloco desfila oficialmente.

Foi a partir de uma viagem a Bahia com integrantes do Juventude Brozeada que a estudante de psicologia Bruna Miranda, de 23 anos, começou a considerar a ideia de tocar com na bateria do bloco, mesmo sem ela ter qualquer experiência musical. “Conversei com o regente da banda e ele me emprestou uma caixa para ensaiar. Fiquei animada para ir aos treinos”, diz. 

Até agora, Bruna já foi a dois ensaios e afirma que, em caso de dúvidas, os veteranos do bloco ajudam os novatos sempre que é preciso. “Estou achando muito legal, até porque todo mundo é muito aberto a ensinar”.

Para os iniciantes, o bloco Beiço do Wando gravou vídeos ensinando a tocar os sucessos do brega e disponibilizou o conteúdo no canal do grupo no YouTube

Mesmo treinando nos ensaios oficiais, às vezes é necessário que os foliões iniciantes recorram à prática em casa. Foi o que fez o administrador Matheus Bruno Florentino, de 27 anos, também estreante na caixa. “Quando vejo que não estou dando conta nos ensaios, assisto vídeos no YouTube para treinar”, revela. 
Matheus acompanhou o Carnaval na capital mineira pela primeira vez no ano passado, se encantou com o “caráter colaborativo” da festa e se planejou para tocar no Beiço do Wando este mês. Praticando regularmente desde novembro de 2016, o jovem espera estar afiado na festa. 

Inclusive, os foliões que pensam em participar da bateria, mas não tiveram coragem de colocar a ideia em prática, ainda podem integrar um dos grupos em 2017. No caso do Beiço do Wando, há ensaio no próximo domingo. O local está sendo definido.

Para participar, diz o organizador do bloco, Rodrigo Zavagli, basta levar um dos seguintes instrumentos para o treino: repinique, tamborim, agogô, caixa, xequerê, rocar e surdos de variação ou marcação. “Ter iniciantes na bateria é importante porque estamos formando novos batuqueiros na cidade e dando ainda mais força para o Carnaval de BH. O que é bacana é que a festa é de todos, e nós fizemos um bloco para todos, seja para quem quer tocar ou para quem quer só curtir”, reforça. 


 

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