Bombeiros têm dificuldade para retirar carro encontrado no rio Paraopeba: 'longo processo'

Simon Nascimento
05/02/2019 às 17:45.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:24
Rejeitos da mina atingiram o rio Paraopeba, afluente do São Francisco.
 (Flávio Tavares)

Rejeitos da mina atingiram o rio Paraopeba, afluente do São Francisco. (Flávio Tavares)

A operação para retirar um carro que foi encontrado no rio Paraopeba, na manhã desta terça feira (5), deverá perdurar, no mínimo, até o fim da tarde  desta quarta-feira (6). Pelo menos é o que garante o tenente-coronel Anderson Passos, chefe de operações de busca aos desaparecidos do rompimento da barragem da Vale na Mina Córrego do Feijão. 

O veículo foi encontrado na manhã desta terça-feira (5) em uma área a cerca de 15 minutos de distância do Centro de Brumadinho, próxima ao bairro Ipiranga, dentro do manancial. A suspeita é que o carro, um Uno vermelho, tenha sido arrastado pela lama de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos que vazou da estrutura de contenção em 25 de janeiro.

Segundo o tenente-coronel, será preciso um guindaste ou um caminhão munck - veículo com sistema hidráulico capaz de içar máquinas industrias. “Ainda estamos estudando qual o equipamento mais eficaz para a situação. Vamos solicitar à Vale para que providencie assim que tivermos uma decisão”, contou. 

A reportagem do Hoje em Dia chegou ao ponto onde os bombeiros trabalhavam no carro. O Uno estava tombado, com as rodas viradas para a superfície, e quatro militares trabalhavam no local, com apoio de um barco com outros cinco bombeiros e dois botes que percorriam o leito do Paraopeba. À reportagem, um dos oficiais que trabalhavam na operação disse que ainda não era possível saber se há algum ocupante no veículo, pois não há condições para mergulho. 

Com a impossibilidade de entrar no leito do rio, as buscas no manancial serão feitas, não só nas imediações do carro, com botes. “É um meio que nos permite passar em lugares com muitos obstáculos ou em pontos com nível mais baixo de água, em que o solo está sujo”, explica o tenente-coronel Passos. 

Buscas

O panorama para encontrar desaparecidos que estão soterrados também está mais complicado nesta semana, garante o militar. “Há pontos em que a superfície está muito sólida e em outros que a lama ainda está muito densa. Isso dificulta nossas ações porque temos que agir de maneira diferente, mobilizando equipes e máquinas para cada local de maneira específica”, frisou. 

A prioridade de ações continua sendo a chamada zona quente, em Córrego do Feijão, área em que os bombeiros acreditam que estão as vítimas que estavam no refeitório e escritórios da Vale no momento da ruptura da barragem. “Estamos trabalhando para resolver esta situação e dar um conforto às famílias o mais breve possível”, finalizou o tenente-coronel. 

Balanço

Em balanço divulgado na noite dessa segunda-feira (4), o governo de Minas informou que 134 mortes em decorrência do rompimento já foram confirmadas. Do total de óbitos, 120  corpos já foram identificados. Ainda segundo o executivo estadual, 199 pessoas estão desaparecidas.

Confira as fotos da retirada do carro:

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