(Amadeu Barbosa)
O trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, registrou 578 mortes nos últimos cinco anos.evantamento inédito da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostra que 49,6% dos acidentes que resultaram em óbitos foram de choques frontais.
Nas batidas de frente morreram 287 pessoas desde 2009. Nos dois primeiros meses deste ano já são 12 o número de pessoas que estavam em veículos que se chocaram frontalmente e não resistiram aos ferimentos.
Em 2011, as mortes por esse tipo de acidente foram de 61 e, no ano passado, 67. “Como a BR-381 tem pista simples entre Belo Horizonte e Governador Valadares, a maioria das batidas graves ocorre quando o motorista faz uma ultrapassagem proibida”, disse o perito João Medeiros Bragança, especialista em projetos de redução de acidentes.
Segundo ele, entre a capital e Governador Valadares são 319 quilômetros e mais de 180 curvas. “Qualquer deslize do motorista pode provocar uma batida de frente ou na lateral do outro veículo”.
As batidas transversais são a segunda maior causa de mortes nesse trecho da BR-381. Desde 2009 foram 64. Nas batidas laterais morreram 62 pessoas. O estudo da PRF mostra que nos últimos cinco ano foram 49 mortes causadas por atropelamentos. No ano passado, foram 14, o dobro do ano anterior.
Acidentes
De janeiro de 2009 a fevereiro deste ano foram registrados 11.268 acidentes nos 319 quilômetros da BR-381, batizada de “Rodovia da Morte”. Nesse período, 2.743 pessoas tiveram ferimentos graves em acidentes registrados pela PRF.
No trecho da BR-381 entre Betim e Extrema, no Sul de Minas, com 477 quilômetros de extensão, morreram no ano passado 132 pessoas, oito a mais em relação ao trecho não duplicado. No sentido São Paulo, a BR-381 tem 158 quilômetros a mais de rodovia em relação Belo Horizonte-Governador Valadares.