Breu e desperdício de luz em BH perto do fim

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
10/03/2016 às 06:58.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:45

Luzes acesas de manhã, desperdiçando energia, e quarteirões escuros à noite, colocando em xeque a segurança de quem precisa se deslocar na capital. Uma Parceria Pública-Privada (PPP), lançada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), pode dar cabo ao descompasso na iluminação pública da cidade.

Segundo o edital, as principais vias receberão sistema de telegestão em até três anos após a homologação do contrato da empresa vencedora. Lâmpadas LED, que têm vida útil de até dez anos, também estão previstas.

A iluminação de mais de cem ruas e avenidas será integrada com um sistema de telegestão. Isso significa que a distância, de um Centro de Controle Operacional (CCO), a empresa responsável pela iluminação da cidade saberá quais lâmpadas apresentam problemas. Do CCO será possível, ainda, aumentar ou diminuir a intensidade das luzes. Em caso de operações policiais, por exemplo, esse tipo de tecnologia pode ser fundamental.

Centro-Sul
 
A avenida Nossa Senhora do Carmo, na região Centro-Sul, é uma das que receberão o sistema de telegestão. “Pego ônibus todos os dias depois do trabalho nessa avenida. Os pontos são iluminados, mas o restante não. Tenho medo de acontecer alguma coisa. Uma iluminação reforçada seria bem-vinda”, afirma a funcionária pública Laura Cazarini Trotta.

De lá, ela segue em direção ao Coração Eucarístico, Noroeste de BH, onde mora. Na região, a avenida Juscelino Kubitschek, que vez e outra apresenta problemas de iluminação e traz insegurança aos moradores, também será monitorada a distância.

O técnico mecânico Thiago Oliveira Coutinho, de 33 anos, leva o filho com frequência ao parque das Jaboticabeiras, localizado na via. “A luz costuma faltar aqui, ameaçando nossa segurança. Fico sempre muito preocupado com meu filho. Será muito bom se o projeto for para frente”, comenta.

 


CORAÇÃO EUCARÍSTICO – Problema de iluminação é constante no parque das Jaboticabeiras, Noroeste da capital mineira

Custos

Os interessados na PPP poderão protocolar as propostas até as 15h do próximo dia 29. O valor máximo do contrato é de R$ 1,4 bilhão para o período da concessão, de 20 anos. Ganha quem apresentar a menor proposta mensal. Os trabalhaos envolvem operar, monitorar e investir no sistema da capital.

Em cidades mais modernas existe a possibilidade de integrar os sinais de trânsito ao sistema de iluminação. Dessa forma, os semáforos podem ser monitorados a distância, facilitando a fluidez do trânsito. Apesar de o edital da PBH não prever essa tecnologia, uma fonte ligada ao processo afirma que, no futuro, é possível integrá-la.

ÀS ESCURAS – Poste apagado na rua Sapucaí, no Floresta, causa insegurança aos pedestres

Tecnologia aprovada

Belo Horizonte possui mais de 2,5 mil pontos iluminados por LED. Somente na orla da Lagoa da Pampulha, 1.700 lâmpadas de vapor de sódio foram substituídas pela tecnologia. Na Lagoa Seca, no Belvedere, região Centro-Sul da cidade, foram trocadas cerca de 80 luzes. Esse tipo de iluminação consome cerca de 50% menos energia do que as comuns.

Moradora da Pampulha, a produtora de eventos Flávia Pestana, de 33 anos, aprovou a troca da iluminação do principal-cartão postal da cidade. Para ela, a orla está mais clara, dando maior sensação de segurança. “Até os locais mais críticos, como perto do Zoológico, estão mais claros. Tenho mais segurança para sair à noite. A luz também valoriza o local, deixando-o bonito”.

É a Remo Engenharia a responsável pela manutenção da iluminação pública na capital. Na avaliação do diretor da empresa, Rafael Rezek Mohallem, o investimento em LED compensa. “É uma tendência mundial, é econômica e ilumina mais. No caso da Pampulha e da Lagoa Seca, oito empresas se interessaram em fornecer para a prefeitura, e o preço ficou muito competitivo”.

Ele explica que as lâmpadas de sódio têm vida últil de 20 mil horas. Em contrapartida, as de LED podem ficar acessar por até 50 mil horas seguidas. “Mas a média utilizada de redução no consumo é 50%”, afirma.

Vale ressaltar que até dezembro de 2014, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) era responsável pela manutenção da iluminação pública (troca de lâmpadas, postes e relés) de BH. Devido a uma determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os municípios assumiram o trabalho.


BELVEDERE – Lagoa Seca já recebeu cerca de 800 lâmpadas de LED

Avenidas de todas as regionais de BH serão equipadas com a telegestão. Entre elas:

– Olinto Meireles e Sinfrônio Brochado, no Barreiro
– Amazonas, no Barro Preto, e estrada para Nova Lima, no Belvedere, na região Centro-Sul
– Paraná e Oiapoque, no Centro
– Cristiano Machado
– Assis Chateubriand, no Floresta, na região Leste
– Antônio Carlos, no Cachoeirinha, e Anel Rodoviário, no Capitão Eduardo, na Nordeste
– Portugal, no Planalto, região Norte
– Silva Lobo, no Grajaú, e Mário Werneck, no Buritis, na zona Oeste

E mais:

- A rede de iluminação pública da capital está instalada em 4,7 mil quilômetros de vias
- 178 mil lâmpadas estão instaladas nas vias da capital mineira; o número será atualizado a partir de um inventário que será realizado
- Para solicitar o serviço de manutenção ou melhoria da iluminação pública, o cidadão deve utilizar os canais de atendimento da Prefeitura pelo pbh.gov.br ou do 156

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