Brumadinho: 34 mortos, trabalho incessante e ações judiciais

Lucas Eduardo Soares, Simon Nascimento e Tatiana Moraes
26/01/2019 às 23:06.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:15
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Saldo triste guarda o rompimento da barragem da Mina do Córrego de Feijão, em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Confira, abaixo, um balanço do que aconteceu e das resoluções tomadas pelas autoridades neste sábado (26), dia de intensas movimentações na cidade que fica a cerca de 60 quilômetros da capital mineira e que, desde sexta-feira (25), ganhou destaque mundial devido ao desastre.

Vítimas

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, foram encontrados 34 corpos de vítimas da tragédia. Desse número, 21, até a noite de sábado, já estavam no Instituto Médico Legal (IML), na Gameleira, região Oeste de BH. Na Acadepol, próxima ao IML, foi montada uma central que está colhendo informações de familiares para identificar os falecidos. 

Nesta noite, o Governo de Minas chegou a confirmar que 40 pessoas teriam morrido com o rompimento da barragem. Contudo, voltou atrás e corroborou com a informação passada pelos bombeiros. Ainda conforme a corporação, foram encaminhados a hospitais da capital e da Grande BH pelo menos 23 pessoas e outras 81 estavam desabrigadas. Outras 296 estão desaparecidas e 366 resgatadas.

Outros riscos

O coronel Anderson de Almeida, coordenador Operacional do Corpo de Bombeiros, não descartou o risco de rompimento da quarta barragem do Complexo da Mina do Córrego do Feijão. Entretanto, o secretário nacional de Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas, minimizou.

“Por conta da chuva, não acredito que poderá ter mais rompimento. Dois técnicos da Agência Brasileira de Mecânico de Solo fizeram vistoria na barragem. Segundo eles, está intacta e não detectaram sinal de risco para retirar pessoas ou equipes que estão trabalhando”, frisou coronel Lucas.

Presenças

Esteve em Brumadinho, na manhã deste sábado, o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), que comunicou por nota estar adotando "todas as medidas necessárias" para que outras situações como essa não ocorram novamente. O governador Romeu Zema (Novo) acompanhou o presidente em um sobrevoo pela cidade. Na sexta-feira, ele chegou a dizer que as chances eram "mínimas" de encontrar pessoas vivas.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também compareceu à cidade e anunciou uma força-tarefa de procuradores para apurar causas e as responsabilidades do rompimento da barragem. Ela defendeu alteração de protocolos científicos, que atestam a segurança das barragens, onde são depositados os rejeitos da mineração. 

Penalidades

Pouco mais de 24 horas após o desastre, a Vale foi multada em R$ 250 milhões pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em R$ 99 milhões pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e teve R$ 6 bilhões bloqueados pela Justiça. Juntas, as penalidades somam mais de R$ 7 bilhões.

Os valores são mais de 20 vezes superiores à punição aplicada à Samarco, cujo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em 2015, deixou 19 mortos e foi considerado o maior desastre ambiental do país. Até hoje, as multas aplicadas pelo Ibama somam R$ 345 milhões.

Além disso, uma ação movida pela Advocacia Geral do Estado (AGE) solicitou a indisponibilidade de R$ 60 bilhões em bens e ações, além do sequestro de 10% do faturamento líquido da empresa.

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