Os trabalhos de busca pelo operador de retroescavadeira Adilson Aparecido Batista, 44 anos, desaparecido desde quarta-feira (10), quando ocorreu o rompimento da barragem de rejeitos da Mineração Herculano, em Itabirito, na região Central de Minas, foram retomados na manhã desta segunda-feira (15).

É o sexto dia consecutivo que o Corpo de Bombeiros atua no local. A operação conta com uma equipe de 17 bombeiros e dois cães farejadores, além de drones que auxiliam nos trabalhos. O rompimento da área de descarte de rejeitos da produção, equivalente a 100 mil metros quadrados (ou dez campos de futebol), causou a morte de dois operários e três trabalhadores ficaram  feridos.

A procura pelo operário vítima do acidente foi iniciada a partir de um ponto sinalizado pelos cães na última sexta-feira. Uma área de 20m x 20m foi vasculhada, no sábado, mas o Corpo de Bombeiros não encoutrou nada.

O trabalho é lento e criterioso por causa do risco de novos desabamentos. Os bombeiros estão munidos de equipamentos de sapa – um conjunto de ferramentas portáteis de terraplenagem e de corte que permite realizar pequenos trabalhos de organização do terreno. As ferramentas básicas são a pá portátil e a picareta.

Prazos

A delegada da Polícia Civil de Itabirito, Mellina Clemente, que coordena as investigações sobre o acidente, deve ouvir os donos da mineradora nesta segunda-feira.

Também nesta segunda-feira (15), vence o prazo dado pelo Ministério Público à empresa para apresentar o projeto de manutenção da estabilidade de todas as estruturas do local (quatro barragens de rejeitos).

A Herculano tem que apresentar o plano de ação emergencial para outra barragem, que, segundo técnicos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), também corre o risco de se romper.

O DNPM autorizou obras de curto prazo para manutenção e estabilização da barragem que está em risco. Engenheiros da agência reguladora avaliam junto a profissionais da mineradora alternativas técnicas para diminuir o impacto causado pelo acidente.

A mineradora deverá apresentar, dentro de 15 dias, o plano de ações emergenciais para intervir na estrutura que entrou em colapso nesta semana. Além disso, terá 90 dias para estabelecer estratégias emergenciais para as quatro barragens do empreendimento em Itabirito.

A interdição da área, estabelecida na quarta-feira, é por tempo indeterminado. Um relatório técnico de auditoria será divulgado dentro de 90 dias.

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