Buscas em Brumadinho chegam ao 50º dia com 105 pessoas ainda desaparecidas

Mariana Durães
15/03/2019 às 09:02.
Atualizado em 05/09/2021 às 17:48
 (Corpo de Bombeiros/Divulgação)

(Corpo de Bombeiros/Divulgação)

Os trabalhos de buscas em Brumadinho chegam, nesta sexta-feira (15), ao 50º dia. Os bombeiros continuam a procurar por 105 desaparecidos após o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, da Vale, no dia 25 de janeiro. Até o momento, 203 vítimas foram encontradas e identificadas. 

Os 137 militares, que serão divididos em 24 frentes de trabalho, devem passar 14 horas na chamada zona quente. O foco do dia está na drenagem da lama nas imediações da rodovia Alberto Flores, que está interditada desde o dia da tragédia e passa por obras para ter o tráfego de veículos liberado em uma ponte suspensa. O objetivo é possibilitar o uso de cães e máquinas no local. 

Nesta fase, além dos oito binômios (dupla de cachorro e bombeiro) que auxiliam as buscas, 83 máquinas pesadas ajudam os militares a retirar escombros e revirar a terra. A previsão do tempo para o dia é de céu nublado com pancadas de chuva à tarde e à noite. 

Além disso, esta sexta será de inspeções na barragem B6 por funcionários da mineradora, a fim de avaliar a estabilidade da estrutura. 

Paralisação

Moradores de Brumadinho prometem uma paralisação nesta sexta (15) a partir de 12h. "Não aceitamos o descaso das autoridades", diz o comunicado. Eles protestam a liberação da estrada e pelo fim dos caminhões de minério do centro da cidade. O ato está marcado para acontecer no pirulito e ponte de entrada do município. 

Na quinta (14), o prefeito Avimar Barcelos, cobrou atenção do Estado e disse que a cidade já caiu no esquecimento. 
Segundo ele, o comércio foi altamente afetado e o turismo caiu inclusive no museu Inhotim, maior responsável pela visitação da região.

Investigação

As investigações sobre possíveis negligências, falhas e fraudes em documentos segue em torno de 13 funcionários da Vale e terceirizados. Nesta quinta-feira (14), os 11 homens e duas mulheres que já haviam sido presos e estavam soltos após liminar, voltaram a se apresentar à Polícia Civil de Minas Gerais, em Belo Horizonte, após decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) revogar o documento que concedia a liberdade.

No fim da tarde, porém, quando os engenheiros, geólogos e contratados de outras empresas, ainda estavam no Instituto Médico Legal (IML) passando por exames antes de darem entrada no sistema prisional, receberam a notícia de nova liberação. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu um novo habeas corpus para todos os investigados no caso. 

Como a liminar só foi expedida durante a noite, os acusados dormiram em presídios da região metropolitana de BH e a expectativa é de que saiam ainda nesta sexta (15). A concessão de liberdade foi assinada pelo ministro Nefi Cordeiro, o mesmo a determinar o benefício anteriormente. Na ocasião, o magistrado afirmou que os acusados já depuseram, não houve fuga, nem indicação de destruição de provas ou induzimento de testemunhas, o que demonstraria “a desnecessidade da prisão”.

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