Câncer: própolis no combate aos efeitos da radioterapia

Patrícia Santos Dumont - Do Hoje em Dia
08/04/2013 às 07:01.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:37

Um gel de própolis, de fácil aplicação e baixo custo, é a aposta de um grupo de pesquisadores mineiros para combater os efeitos, em alguns casos letais, da radioterapia em pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço.

A terapia tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas é aguardada a conclusão da última fase de testes, de comparação com um tipo mais popular de medicamento, para ganhar um protocolo científico que comprove sua eficácia.

Hoje, no Dia Mundial de Combate ao Câncer, além dos especialistas e estudantes, que comemoram o “achado”, dezenas de pacientes beneficiados pelo tratamento vibram com a descoberta.

“Estou usando o gel há 15 dias e já notei uma melhora muito grande. Antes ficava difícil comer, pois a boca estava toda ferida e doía muito. Agora, já consigo me alimentar”, afirma o motorista Edson da Silva, de 44 anos, que tem câncer de boca.

Gratuito

A aplicação do produto é feita gratuitamente às sextas-feiras na Faculdade de Odontologia da UFMG. Qualquer pessoa pode ser submetida ao tratamento, que não tem contraindicações nem efeitos colaterais.

Vladimir Noronha, professor da Faculdade de Odontologia e autor da pesquisa, diz que é cedo para afirmar quando o tratamento ganhará comprovação científica, mas ele está otimista. “Pode ser que até o segundo semestre do ano que vem tenhamos boas notícias”, disse.

O sub-coordenador do projeto, Vagner Rodrigues Santos, pesquisador do própolis há 16 anos, explica como o produto age. “A radioterapia inibe a produção de saliva, principal fator de proteção dos dentes e boca, desencadeando um processo inflamatório. O própolis atua nessa situação, por isso a aplicação é feita antes do início da radioterapia”.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que pelo menos 4 mil brasileiros deverão desenvolver algum tipo de câncer da cavidade oral, em 2013. Os tumores de mama e próstata estão, respectivamente, no primeiro e segundo lugares do ranking.

Os tumores malignos são o segundo tipo de doenças que mais matam no Brasil.

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