Caminhão desgovernado bate em três carros e muro de escola no Gutierrez

Sara Lira - Hoje em Dia
30/07/2015 às 11:43.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:09
 (Carlos Henrique/Hoje em Dia)

(Carlos Henrique/Hoje em Dia)

O engenheiro Alexandre Pimentel, de 37 anos, mal conseguia falar após o acidente acontecido no bairro Gutierrez, região Oeste da capital, na manhã desta quinta-feira (30). Em estado de choque, ele dizia estar aliviado após ver um caminhão sem freios atingir o carro dele, um Citroen C4, na rua Marechal Hermes, destruindo o veículo completamente. Por poucos minutos, ele não estava dentro do automóvel com a filha de um ano na hora da batida.

"Eu fui deixar minha filha na escola. O portão travou e demorei um pouco mais para entrar. Quando saí, vi o caminhão descendo e só tive tempo de correr para dentro da escola de novo", conta. A esposa dele, a administradora Regilaine Pimentel, de 37, foi para o local assim que soube do acidente. "Olhar para o estado do carro e ver meu filho e minha filha de um ano salvos é melhor que ganhar na loteria. Agradeço muito a Deus", disse emocionada.

Outros dois veículos também foram atingidos. De acordo com o soldado Pablo Soares, do Batalhão de Trânsito, o caminhão de entulho foi manobrar próximo à rua Paula Cândido, quando perdeu os freios e desceu a rua sem controle. O veículo passou por um cruzamento, atingiu o muro de uma escola antes de bater nos automóveis e, finalmente, parar.

"Os três ocupantes do caminhão ficaram feridos com escoriações e foram encaminhados para o Hospital João XXIII. Por sorte, não havia ninguém nos veículos arrastados", explicou o policial. O veículo é de uma empresa terceirizada que presta serviço para a Prefeitura de Belo Horizonte.

O estrago material foi grande, mas a tragédia poderia ter sido pior caso fosse período escolar, quando o movimento na rua Marechal Hermes é maior, tanto de pais e crianças quanto de carros estacionados.

De acordo com uma das sócias da escola, Maria Lúcia Luz Dias, em dias de aulas a movimentação no colégio é de cerca de 500 crianças, de 4 meses a 10 anos de idade. Nas férias, apenas o berçário funciona. Ela conta que já solicitou à BHTrans mais sinalização que informe aos carros sobre a redução da velocidade e a presença de travessia de estudantes constante, no entanto, nunca foi atendida.

“Fizeram uma rotatória e inverteram a mão da Paula Cândido, que antes subia e agora desce. Mas isso não melhora, é complicada a situação”, lamentou.

Reclamação constante

Moradores da região também reclamam da sinalização do local do acidente, que, segundo eles, além de ser insuficiente, não é respeitada pelos motoristas. É um cruzamento entre as ruas Paula Cândido, Martin Francisco e Marechal Hermes e a avenida Marquês de Valença.

Há apenas uma pequena rotatória que divide essas vias e um quebra-molas na Martim Francisco. Há também faixas de pedestres pintadas nas quatro vias, mas elas já estão se apagando.

“Os carros descem em alta velocidade a rua Paula Cândido. Na minha opinião, veículos pesados deveriam ser proibidos de trafegar por aqui, e o trânsito dela deveria ser apenas para quem mora na via”, disse um morador da rua que preferiu não se identificar.

A estudante Marina Rajão, de 19 anos, também vive na região. Ela conta que já presenciou outros acidentes semelhantes na mesma rua. “Acredito que a Paula Cândido deveria ser de trânsito apenas local”, opina.

Outra moradora próxima ao local do acidente, que também não quis ter o nome divulgado, ficou assustada. Ela deixa o filho na escola diariamente e conta que já presenciou cenas de desrespeito por parte de motoristas. A mulher também acredita que o acidente desta quinta só não foi pior porque as crianças estão de férias. “Normalmente é lotado de carros, e o movimento é grande. Se fosse na semana que vem teria sido muito pior”, afirma.

A rua ficou interditada no quarteirão do ocorrido durante toda a manhã, até a retirada dos veículos.

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