Carnaval: barulho em excesso prejudica a audição

Gabriela Sales - Hoje em Dia
27/02/2014 às 08:03.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:18
 (Geraldo Oliveira/Abaeté Folia)

(Geraldo Oliveira/Abaeté Folia)

Festa, música alta e pouco repouso. Essa será a rotina de muitos foliões que se preparam para curtir o Carnaval. Durante a folia, pouco se lembram de que o excesso de ruídos pode ter consequências graves para a audição.  O barulho causado pelos trios elétricos, carros de som e batucadas gera desconforto auditivo. Segundo o professor do Departamento de Neuro-ciência da Universidade Federal de Minas Gerais, Fernando Pimentel Souza, o ruído contínuo pode atrapalhar o sono e a “limpeza do cérebro”.   “Qualquer pessoa que permaneça próxima ao som muito alto pode ter problemas que vão de irritabilidade a comprometimentos neurológicos”.    São as crianças e os idosos que mais sofrem. No caso dos pequenos, o barulho em excesso gera irritação e choro, e eles podem sair de determinado local com um forte zumbido no ouvido. “Para os mais velhos, aumenta o desconforto auditivo, o cansaço e até a pressão arterial”, afirma Souza.    A auxiliar de escritório Vanessa Araújo, de 23 anos, sabe bem o que os ruídos podem causar. Foliã animada, já sofreu com dores de cabeça e com uma espécie de zumbido no ouvido.    “A gente sai da festa, mas o zumbido continua. Isso quando não se transforma em dor de cabeça”.    E a potência das aparelhagens utilizadas nos festejos são cada vez maiores. Quem brinca a 50 metros de distância de um trio elétrico está exposto a 96 decibéis, e quem fica logo atrás enfrenta até 120, intensidade próxima à da turbina de um avião.   Precaução    “Micareteira”, Vanessa não abre mão de “dançar atrás do trio”, mas agora aproveita a festa com moderação. “Não quero comprometer minha audição. Não brinco o Carnaval perto das caixas de som”.    Para quem quer se esbaldar em blocos, bailes e ir atrás dos trios elétricos, a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia recomenda uma distância mínima de 10 metros do equipamento de som, além do uso de protetores auriculares, que diminuem o impacto do barulho nos ouvidos.   Multidão prejudicada   A Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia estima que 15 milhões de pessoas tenham algum tipo de perda auditiva.    A exposição prolongada ao som alto, por anos seguidos, pode levar a diversos graus de surdez, de acordo com a sensibilidade de cada pessoa.

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