Carnaval dos pets: barulho, glitter e calor podem prejudicar o animal

Amanda Souza (*) | @amandaosz
asouza@hojeemdia.com.br
19/02/2020 às 17:33.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:40
 (Pixabay )

(Pixabay )

Tutores acompanhados de seus animais de estimação têm sido cada vez mais vistos em shoppings, parques e praças. Agora, a onda "pet friendly" poderá ser uma febre também no Carnaval.

Na hora de cair na folia com o pet, porém, os responsáveis precisam ter cuidados redobrados com os bichinhos - da coleira correta a ser usada à observação constante da temperatura e do barulho nos ambientes, passando, claro, pela hidratação dos bichos.

O professor universitário e veterinário Bruno Generoso recomenda, ainda, que se evite o uso de tranquilizantes sem a prescrição de um profissional, atitude que pode passar pela cabelça dos tutores que desejem reduzir a ansiedade dos pets. Também é preciso estar com a imunização em dia, antes de levar os animais para a folia.

"Não é recomendado o uso de medicamentos sem prescrição. A primeira coisa e a mais importante é verificar a imunização, se estão em dia com as vacinas virais, por exemplo, a antirrábica (raiva) e de leishmaniose.”

A atenção com animal deve ser reforçada durante a farra. Como os ambientes, no Carnaval, têm muita gente e barulho, os animais podem estranhar ou ter dificuldade para lidar com tais situações, naturalmente estressantes.  A dica é procurar blocos específicos em que haja interação entre foliões e animais e que tenham barulho menor.

“A gente não recomenda que levem os pets a blocos muito agitados, com barulho excessivo, por mais imunizado que o animal que esteja. Principalmente, porque é um ambiente novo, com muita gente, e o animal não pode sofrer com isso”, orienta.

Além do barulho, o comportamento do animal deve ser observado. “Se for um pet que tenha qualquer indício de comportamento antissocial, deve-se levar focinheira. Também é importante procurar locais em que o animal tenha espaço para andar, interagir com outros animais”, explica o professor.

De acordo com o profissional, tal interação com outros animais ou pessoas é recomendada apenas se o animal tiver, normalmente, um comportamento social ativo. O professor também destaca que o ideal é deixar o animal sempre próximo do campo de visão do dono. Nas coleiras e guias, item fundamental é a identificação do animal, com nome e telefone do dono.

Bem estar

Assim como o folião, o animal também precisa ter um "kit folia", com comida, garrafinha de água de 250 a 300 ml e sacolinha para recolher as fezes. O transporte deve ser feito em caixinhas próprias. No caso dos bichos de grande porte, o ideal é utilizar a coleira guia.  

Fantasias

Quem planeja colocar roupinhas e adereços nos pets, deve tomar cuidados com itens escolhidos. A fantasia precisa ser confortável para garantir os movimentos e não pressionar alguma articulação. Em animais com muito pêlo, roupas que possam aumentar a temperatura corporal estão fora de cogitação. 

Itens bastante usados pelos humanos no Carnaval, como glitter, maquiagem e confete, também precisam ser evitados. Segundo o professor Bruno Generoso, os animais são muito sensíveis e tais produtos podem acarretar inflamações de pele, conhecidas como dermatites, entre outros problemas de saúde. 

Neste sábado (22), das 10h às 13h,  o Minas Shopping realiza o bailinho de Carnaval Pet, no estacionamento G2

Arquivo Pessoal

Os pets Davi e Amora se preparam para primeira folia canina

Estreante na folia pet, a professora Camilla Éllen pretende levar os pets Amora e Davi para curtir a festa momesca no shopping. A dona sempre faz questão de levar os animais a eventos espefícios para pets, em outras datas. 

"Sempre participo de eventos para cães e decidi levá-los. Eu acredito que eles gostam dos passeios. Os dois cachorrinhos são tranquilos e se comportam bem. O macho (Davi) fica meio 'bravinho' na presença de outros machos, mas é super tranquilo. A Amora (fêmea) é um amor e tudo é festa pra ela. No geral, eles apresentam um bom comportamento nos eventos", relata. Arquivo Pessoal 

Universitária Izabela Aline Sousa Malaquias e a pet Antônia

Já pela segunda vez, a universitária Izabela Aline Sousa Malaquias também prefere levar a pet Antônia para os bailinhos dentro dos shoppings. Segundo a dona, o animal aproveita bastante e gosta de interagir com outros bichos.

"Eu gosto de levar a Antônia para bloquinhos em shopping porque ela se sente mais confortável, pois não tem muito barulho. Acho que ela fica mais à vontade", conta.

Mesmo em ambiente fechado, Izabela não dispensa os cuidados com o animal. A estudante sempre leva na bolsa água, tapete higiênico, petiscos e se certifica de estar sempre em dia com o vermicida, remédio de pulgas e carrapatos. 

Pet em casa

Quem morar próximo locais de desfiles também precisa redobrar os cuidados com o animal nesta época. A dica é manter os bichos em algum cômodo afastado da rua ou levar para outro local. 

"O ideal é proteger esse animal, principalmente de fogos de artifício e sons de bateria, porque eles têm maior sensibilidade. Os cães, por exemplo, têm uma quantidade de receptores de audição muito maior que a dos seres humanos. Então, ficam bem mais propícios ao incômodo com qualquer tipo de barulho. O ideal é mantê-los afastados”, explica. 

Por fim, vale o lembrete: animais filhotes não devem sair de casa antes de serem imunizados.

*Sob supervisão de Evaldo Fonseca

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por