Casais formados por lésbicas, gays, bissexuais e transexuais formalizam união nesta sexta em BH

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
20/09/2018 às 18:49.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:34
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A cabeleireira Alexssandra Paulina Silva, que é uma mulher transexual de 39 anos, não vê a hora de acrescentar o “Souza” do futuro marido, Claudinei, de 34, ao sobrenome. Vivendo juntos desde 2017, eles poderão, finalmente, oficializar a união. 

Os dois são um dos 29 casais que participam da cerimônia de casamento igualitário LGBTI, que acontece hoje em Belo Horizonte. A iniciativa é da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais (DPMG), que tem a intenção de organizar o evento anualmente.

A ação gratuita é direcionada, exclusivamente, ao público formado por lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais. Todos os custos cartoriais estão incluídos. O objetivo, conforme o defensor Vladimir Souza Rodrigues, é garantir os direitos a essa população.

“Queremos mostrar a importância de uma sociedade inclusiva, plural e que aceite as diferenças. Essas pessoas formam, sim, famílias e têm o direito de se casar e ser feliz”, diz.Riva MoreiraGabriela e Ana Flávia afirmam que a iniciativa celebra os direitos da população LGBTI 

À primeira vista

Alexssandra conheceu Claudinei na casa de uma amiga há pouco mais de um ano. Dois meses depois, eles foram morar juntos. O interesse veio rapidamente, como conta o rapaz. “Foi amor à primeira vista, inclusive deixei minha esposa da época para ficar com ela. Agora, estamos correndo atrás do nosso sonho, nunca tive tanto interesse por uma pessoa”, afirma.

Os dois estavam economizando dinheiro para pagar as taxas do cartório – que giram em torno de R$ 450 para selar o matrimônio – quando a cabeleireira foi à Defensoria Pública dar entrada nos papéis para mudar o nome de registro da certidão de nascimento. 

Lá, ficou sabendo da oportunidade de realizar o processo gratuitamente. “Fiquei muito feliz, é uma forma de nos sentirmos iguais aos demais casais, porque, afinal, não somos diferentes. O amor é o mesmo”, diz.

Para a pizzaiola Ana Flávia Paglioni, de 27 anos, que se unirá com a promotora de eventos Gabriela Costa Rocha, de 24, é essencial que a sociedade entenda que a união homoafetiva é uma celebração de direitos. 

“Espero que um dia ocorram casamentos que misturem o público LGBTI e também as pessoas heterossexuais. Uma festa de todos quebraria mais uma barreira e seria uma superação do preconceito”.

capital mineira

Cerimônia

A cerimônia igualitária ocorre no auditório da Cemig, no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de BH. Todos os participantes tiveram que se inscrever na DPMG até 3 de agosto. Esta é a segunda atividade promovida pelo órgão voltada para esse público. A primeira ocorreu em 2013, com a regulamentação do casamento homoafetivo no país.

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