Treze dias depois e os prejuízos ainda são contabilizados. Moradores de Barra Longa, uma das cidades atingidas pela lama da barragem que cedeu em Mariana, agora convivem com o receio de jamais poderem voltar para casa. Seis imóveis foram interditados nesta quarta-feira (18) pela Defesa Civil municipal. As casas, que ficam às margens do rio Carmo, no Centro da cidade, apresentam trincas e rachaduras.

Segundo o secretário de Administração e Meio Ambiente do município, Antônio Alcides Mol, uma nova vistoria será realizada nesta quinta-feira (19) para atestar as condições de outras casas danificadas pelo tsunami de lama. "Ainda não sabemos quantas exatamente apresentaram algum tipo de problema estrutural. Mas as vistorias prosseguirão ao longo da semana", explicou Mol, que acompanha o trabalho da Defesa Civil.

Esperança

A mãe de Tereza Cristina Ferreira Carneiro, dona Terezinha Ferreira, de 80 anos, teve que deixar a casa onde vivia com seis filhos. A situação do imóvel preocupa. Ainda tomada pela lama, a casa apresenta rachaduras profundas nas paredes dos quartos. A esperança, porém, é que após uma limpeza, o imóvel possa ser novamente ocupado.

"A casa já foi atingida por enchente, mas lama é a primeira vez. Depois que limparmos tudo, acredito que dê para voltar a morar aqui", comenta Tereza Cristina. A mãe dela está morando numa casa alugada pela Samarco Mineradora.  

O prefeito do município, Fernando José Carneiro Magalhães, não sabe precisar o prejuízo provocado pela tragédia em Mariana. De acordo com ele, avaliações mais detalhadas serão feitas após os trabalhos de limpeza da cidade. A estimativa é de que a reconstrução da área atingida ultrapasse os R$ 50 milhões.

"Só com a parte de esgoto, que terá de ser refeito no Centro, serão R$ 9 milhões. Mas ainda temos muito pela frente", disse.

Ao todo, 155 imóveis do município foram atingidos pela lama de rejeitos. Dentre eles estão casas tombadas, protegidas pelo patrimônio da cidade.

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