Casos confirmados de sarampo alertam para a falta de vacinação de adultos em Minas

Bruno Inácio e Renata Evangelista
13/05/2019 às 21:05.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:38
 (Carlos Bassan/Fotos Públicas)

(Carlos Bassan/Fotos Públicas)

Após confirmar mais dois casos de sarampo no Estado neste ano, autoridades alertam para a necessidade da imunização contra a doença, que pode até matar. A cobertura vacinal em Minas está em de 85%, abaixo dos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde.

O boletim divulgado nesta segunda-feira (13) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) traz a informação de que uma das vítimas é uma adolescente de 13 anos, que já havia sido protegida contra a tríplice viral, em 2011. Porém, não teria tomado a segunda dose recomendada.

A faixa etária entre 20 e 29 anos é que mais preocupa. Entre essas pessoas, a cobertura vacinal contra o sarampo não passa de 35%. 
Coordenador das Doenças e Agravos Transmissíveis da pasta, Gilmar Rodrigues diz que, sem a proteção, os adultos podem abrir brecha para transmitir o vírus às crianças, principalmente as com menos de 1 ano e que ainda não podem receber a dose.

“Quando a população adulta está vacinada, temos uma bolha de proteção”, frisou o gestor, complementando que a dose é indicada para quem tem de 1 a 49 anos.

Origem

Em 2019, Minas já havia registrado sarampo em um italiano, morador de Betim, na Grande BH. A contaminação ocorreu em outro país. De dezembro de 2018 a janeiro deste ano, o paciente esteve na Croácia e na Itália.

Nos dois casos mais recentes ainda não se sabe onde as vítimas foram contaminadas. Conforme a SES, elas viajaram em um período próximo ao aparecimento dos sintomas.

Em Contagem, também na Grande BH, um gesseiro de 25 anos ficou doente no início de março. O rapaz esteve em Pernambuco no fim de fevereiro. 

Já a adolescente de 13, que mora na capital mineira, esteve na Bahia e em Almenara, no Vale do Jequitinhonha, em janeiro. Os primeiras sinais da enfermidade foram reportados em 19 fevereiro. 

Um quarto caso da doença, em BH, foi enviado para contraprova na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Investigações

Segundo Gilmar Rodrigues, a estratégia da SES agora é apurar onde foi o contato do paciente com o vírus. “As secretarias municipais de Saúde fizeram o bloqueio vacinal, imunizando todas as pessoas no entorno e que tiveram contato com o paciente. O sarampo exige atenção das vigilâncias epidemiológicas. Qualquer notificação deve ser averiguada para evitar transmissão dentro do território”.

O coordenador explicou que em Minas, até o momento, a única forma de se contrair a enfermidade é manter contato com quem não se vacinou, mas esteve em locais onde o vírus circulou. “Normalmente em viagens para fora do Estado”, frisou Rodrigues.

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